quarta-feira, 15 de janeiro de 2014

A Simples Revelação da VERDADE

Paz à todos!
Sempre tive uma busca pela Verdade que tanto o Cristo falou!
Esta busca sempre foi constante em meu viver.
Diz a sabedoria que toda busca sempre acaba pelo encontro do objeto da procura.
Então tive uma simples revelação da Verdade!
E encontramos nosso Ser, nossa Essência e a mente com todos seus pensamentos se vão...
A Paz e a Bem-Aventurança é o estado natural de todos, mas nem todos sabem que são reféns de seus próprios pensamentos!
E escrevi este singelo livrinho para compartilhar com todos esta Revelação!
Somos uma simples gota, que quando mergulhada no oceano, deixa de ser a simples gota e se torna o próprio oceano!
Como são simples os mistérios de Deus!
Só na simplicidade é que O vemos!
A complexidade da mente e todos os seus pensamentos e conceitos encobrem a simples Verdade que tanto buscamos!
Basta nos desnudarmos do complexo e o que sobra é apenas o simples, o Ser, a presença de Deus em nós!

Que Deus abençoe e ilumine à todos!











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A simples revelação
da
Verdade






















Celso Maria




- SUMÁRIO –

UM
A simples revelação  -  9

DOIS
A Verdade  -  14

TRÊS
O mapa  -  22

QUATRO
O reino de Deus  -  26

CINCO
Os pensamentos, a mente e o ego  -  29

SEIS
Os sentimentos  -  34

SETE
O Eu, o ser  -  40

OITO
A ignorância e a meia-verdade  -  46

NOVE
Fé e razão  -  51

DEZ
Estar sempre no Aqui e agora  -  53

Onze
Sutilizando o ego  -  56



DOZE
Realizar o Eu - o despertar  -  59

TREZE
Atos da Verdade  -  64
A Atenção  -  68
O Aqui e agora  -  69
A função do pensamento  -  70
A floresta  -  72
O labirinto  -  73
A procura  -  74
O ego e a casca do ovo  -  76
 O espaço vazio e a mente  -  78
O morto -  80
O ego e os óculos  -  81
A ponte  -  83
A reta  -  84
Simplicidade  -  85
O conhecedor, o conhecimento e a coisa conhecida  -  86
A fonte  -  88
Pensar ou não pensar?  -  89
O espelho  -  91
O lago  -  94
Quem pensa seus pensamentos?  -  96

QUATORZE
Iluminação Espiritual - A Verdade  -  99

QUINZE
Um só Deus  -  105

DEZESSEIS
A semente  -  108






Prefácio

                                                     
Há um grande mistério dentro de cada um de nós!
Percebemos que não nos conhecemos, mas que deveríamos nos conhecer.
Sentimos que nos falta algo, somos incompletos...
E para nos conhecermos temos de empreender esta grande e fascinante jornada em busca de nossa essência.
Todos farão esta busca interior, do primeiro ao último Ser.
Por mais de adiemos esta busca, um dia chega o momento de torná-la um fato, um início de caminhada e uma conseqüente realidade.
As palavras aqui contidas são como que um dedo apontando para o Eu que é a verdadeira realidade em cada pessoa, nossa essência, nosso Ser real.
Presta atenção não no dedo que aponta, mas sim na direção que é apontada. A direção mostra o centro de si mesmo, o centro de onde se traça a circunferência de raio infinito da sabedoria de Deus em cada um de nós!
O mistério do sopro divino em cada Ser é tão simples quanto uma gota de água, mas também tão complexo quanto um oceano inteiro, porventura quem conhece uma gota de água não conhecerá todo o oceano?
Todo complexo se origina do simples e não o contrário. Se não houvesse o Um, jamais existiriam o Dois, o Três e assim até o infinito. O Eu é o ponto de partida, o início de tudo o mais!
Estas palavras servem para todos, pois todos fomos feitos em uma mesma forma, em um mesmo molde, mesmo apesar dos bilhões de personalidades diferentes que existem. Bilhões de galhos, porém todos convergindo para um mesmo tronco e tendo uma única raiz que nos alimenta e nos sustêm.
A Paz e a Bem-Aventurança é o estado natural de qualquer pessoa, por que então existe tanta tristeza e tanta mágoa dentro dos corações?

Se amar é tão simples, por que o ódio?
Se ter fé é tão simples por que a dúvida?
Se ter esperança é tão simples, por que o desespero?
Se ser alegre é tão simples por que viver na tristeza?
Se estar na luz é tão bom por que viver nas trevas?

Viver!  Esta é nossa grande aventura!
Estar vivo! Este é o maior dos milagres!
Ser, simplesmente Ser! Este é maior dom que Deus nos deu!
Existir, simplesmente existir! Esta é a primeira Verdade!

Que a simples revelação da Verdade seja uma luz que ilumine sua consciência em busca de sua essência...

Paz é quando você está no centro de si mesmo...
Paz é existir apenas no silêncio de nossa alma...

Paz!





- CAPÍTULO UM -
Uma simples revelação

“Conta-se que há muito e muito tempo atrás em um lugar muito afastado havia um sábio que viajava pelo mundo, ensinando a todos que gostavam de ouvi-lo.
Certa manhã parou em um pequeno povoado às margens de um rio onde todos já o conheciam pelas suas histórias e ensinamentos.
Era um dia de grande movimento e lá estava ele discursando bem de pé, em cima de um banco na praça central do pequeno povoado.
E falou:
- Hoje não tenho nada a ensinar para vocês, mas venham aqui amanhã neste mesmo horário e lhes farei uma grande revelação, mostrarei a todos o mistério da existência nas palmas de minha mão! Pelas minhas andanças por este mundo aprendi muito conheci muitas pessoas e fiz muitas descobertas. E uma delas é o segredo da vida, fui atrás e consegui encontrar o existir e amanhã vou compartilhar com todos vocês a minha grande descoberta!
Todos os que estavam ouvindo ficaram muito intrigados e saíram comentando e naquela tarde não se falava de outra coisa naquele pequeno povoado além da grande revelação que seria feita pelo velho sábio que eventualmente passava pela região e presenteava a todos com suas histórias de sabedoria e seus ensinamentos.
Quem tinha conhecidos pelas redondezas mandou avisar para que viessem no dia seguinte bem cedo até a praça e que o velho sábio tinha uma grande revelação, uma novidade, pois jamais alguém havia aprisionado a existência na palma da mão.
Poucos conseguiram dormir à noite. Viravam na cama e se retorciam e suas mentes curiosas ficavam matraqueando e nada do sono vir. Parecia que viviam em um lugar especial, pois só eles tinham alguém que conhecia o segredo da vida, e daqui a algumas horas lhes seria revelado.
Amanheceu o dia.
Era um belo domingo com céu azul e uma leve brisa soprando do leste, com certeza seria um dia sem chuvas.
Todos do povoado acordaram mais cedo do que de costume.
As mulheres se levantaram e já foram preparar o desjejum, enquanto os homens acordavam as crianças e as preparavam para o grande dia. Havia uma grande expectativa naquele povoado.
Na hora prevista, a praça estava lotada de pessoas. Todo o vilarejo estava lá e mais alguns que estavam de passagem a negócios; até o padeiro que se encontrava acamado insistiu em ir e foi levado carregado em uma maca pelos seus dois filhos.
Havia um grande murmurinho de vozes, cochichos e diz que diz sobre qual seria o grande mistério!
De repente fez-se um grande silêncio.
Era o velho sábio que havia chegado, cumprira o que prometera e estava ali na hora marcada e com certeza levava consigo o segredo.
Chegou todo sorridente e foi abrindo caminho entre os homens, mulheres e crianças que vieram ouvi-lo. Dirigiu-se para o centro da pracinha, subiu no banco e foi dizendo:
- Fico muito feliz pela presença de todos vocês. Sei que estão curiosos pelo que tenho a lhes mostrar e ensinar.
Deu uma parada no discurso. Olhou para a platéia à sua volta e continuou:
- O que vou mostrar a cada um de vocês é muito importante, tem a ver com a vida, com o mistério da existência de cada ser sobre a face da terra!
Dizendo isto, enfiou a mão direita no bolso e retirou-a com o punho cerrado, com a mão ainda fechada, o intrigante e tão esperado objeto.
Nisto houve um silêncio total. Ninguém falava, ninguém sequer piscava e toda a atenção daquele povo foi para a mão fechada do sábio.
- Aqui na minha mão tenho o segredo da existência. Vocês serão os primeiros que conhecerão este segredo, são pessoas de sorte!
Todos arregalaram mais os olhos e sentiram a felicidade e o mistério percorrerem suas almas. Tinham realmente um grande sábio a lhes ensinar, eram pessoas especiais, Deus estava olhando por eles.
Chamando a atenção para si o velho homem indagou:
- Aqui bem entre meus dedos, consegui aprisionar a existência e vou mostrá-la para todos vocês, ela é o resultado da vida que passou e fonte da vida que virá!
Então, o ancião levantou a mão fez alguns giros no ar, abaixou e a abriu, expondo um pequeno objeto na palma de sua mão.
 - Aqui está o que lhes prometi! O segredo da existência bem na palma de minha mão!
Todos olharam curiosos para aquele pequeno objeto de forma ovalada e cor esbranquiçada não medindo mais que dois centímetros de comprimento depositado no centro da palma da mão daquele homem.
Todos que estavam à sua volta ficaram curiosíssimos para ver bem o que era aquilo, queriam satisfazer suas curiosidades e observar melhor aquela coisa pequenina.
Nisto o velho ancião pegou o pequeno objeto entre seus dedos polegar e indicador e o mostrou a todos com olhos curiosos.
- Aqui está, todos vocês querem saber o que é este pequeno objeto, e vou lhes contar! É uma semente.
Aí começou um grande burburinho de vozes, todos falando ao mesmo tempo. Uma semente? Mas todos sabiam o que era uma semente. Era uma coisa simples, todos tinham em suas casas grãos que serviam para o plantio de seu sustento. E além do mais bastava andar pelos campos e olhar pelo chão, encontrar uma semente era muito fácil. Uma semente? Mas como uma semente poderia ser o segredo do existir?Era uma coisa comum, será que aquela era uma semente especial?
E o homem tornou a falar:
- Sim esta é uma semente e aqui está a existência bem na minha mão!
 Deu um tempo para que todos retornassem suas atenções para si e continuou:
- Esta não é uma simples semente, aqui está o presente e ele é bem real! Nesta semente está aprisionado o aqui e agora, a vida que ela contém está parada e extática. Aqui, dentro desta pequenina semente não há o tempo, tudo parou, só existe a expectativa da vida!
- Aqui tenho o presente, mas também tenho o passado! O passado também está aprisionado dentro dela!
- Notem que se ela está aqui e existe, e todos a estão vendo, então houve uma árvore mãe que a germinou. Ela tem um passado, houve uma árvore mãe antes dela! E esta árvore mãe um dia também foi uma semente como esta que todos vocês estão vendo com seus próprios olhos! E mesmo ela teve uma árvore mãe antes dela, e assim foi até chegarmos à primeira semente, aquela que surgiu no início, aquela criada sem uma árvore mãe e plantada pela primeira vez sob o solo protetor que a faria germinar e criar a primeira árvore, aquela que seria a mãe de todas as que viriam.
- Uma semente igual a esta esteve nas mãos de Deus que a plantou e a cultivou!
Nisto, uns olhavam para os outros e todos concordavam realmente que aquela semente era muito especial, não era uma simples semente, Deus, o criador do universo, ele próprio plantara a primeira delas!
O homem notou que todos estavam divagando e indo para o passado e percebendo que o que acabaram de ouvir fazia sentido.
Era isto que queria ensinar, o verdadeiro valor de uma simples revelação da verdade que estava contida naquela semente!
Levantou a voz e os trouxe todos novamente ao momento atual.
- Aqui tenho o presente, mas também tenho o futuro! O futuro também está aprisionado em seu interior.
- Há uma frondosa árvore em potencial dentro desta pequena semente. Bem dentro dela há o mistério da criação, dentro dela o Criador colocou o ensinamento de como se faz uma grande árvore, dentro dela está o futuro, ela terá de morrer para que renasça em forma de árvore! Se a plantarmos em um solo fértil, dela nascerá um pequeno broto e bem cuidado se tornará uma enorme árvore, e dará flores e frutos! Se não a plantarmos, continuará assim por muito tempo, apenas uma semente.
- O que tenho a lhes ensinar é o seguinte: O presente está aqui, todos podem ver! E levantou a semente e agitou no ar.
- O passado já se foi, já existiu, senão não teríamos o presente, esta semente.Ele já teve a sua importância!
- E o futuro? O futuro está nas mãos de quem segura a semente. O presente é o único que é real, o passado já passou, dele todos vocês já conhecem, porém não podem mais modificá-lo, já se foi. O futuro vocês ainda não o conhecem, mas podem modificá-lo como quiserem. Esta é uma simples revelação da verdade!
E conta a história, que depois daquele ensinamento, as mãos do velho sábio plantaram aquela semente bem no meio da praça. E a semente germinou, e todos do povoado cuidaram bem dela.
 Quando se tornou uma frondosa árvore, sentavam à sua sombra e relembravam aquele dia em que ela era apenas uma simples semente...”

***





- CAPÍTULO DOIS -
A Verdade

"O Eu na ilusão do ego, pensa...
O Eu no centro de si mesmo é o silêncio..."

Existe uma Realidade natural a cada um de nós, uma Verdade esquecida há muito tempo, que é a busca por um sentido da vida que cada ser humano, seja homem ou mulher, tem lá no fundo de sua alma.
Esta Realidade é um novo modo de viver cada momento da vida. O desprender da escravidão da mente e viver na Paz do verdadeiro silêncio, em Deus.
Sentimos que nos falta algo, que perdemos algo, que não nos conhecemos, mas que deveríamos nos conhecer.
E o que é esta Realidade?
Vamos chamá-la de "A Verdade"!

A Verdade é o ponto do qual se traça a circunferência de raio infinito da Sabedoria de Deus.

A Verdade é o saber que eu sou eu, a certeza de que se existe, de que se É. A Primeira certeza que cada pessoa tem é que ela existe, ela É.

A Verdade é a nossa essência!

A Verdade é a ponte entre o tempo e a eternidade. Entre o físico e o espiritual.

A Verdade liberta o homem do sofrimento e da ignorância.

A Verdade é o alicerce sobre o qual se constrói toda natureza humana.

A Verdade é a comunicação direta com nossa divindade.

A Verdade é simples, tal qual o sol ilumina a terra, a Verdade é a luz de nossa consciência.

A Verdade surge quando se retira o véu de ignorância que encobre nosso entendimento.

A Verdade ilumina nossa consciência, clareia nossa mente, separa o joio do trigo!

Assim como um dedo não pode esconder o sol, mil conceitos não podem e não escondem a Verdade!

A Verdade é eterna, sem começo e sem fim...

Na Verdade está a sabedoria. A Verdade é a sabedoria!

A Verdade nos dá um verdadeiro entusiasmo pela vida, pelo existir.

A Verdade é simples tal qual a água pura e cristalina brotando de uma fonte.

A Verdade é pura tal qual um botão de rosas com os pingos de orvalho em uma manhã ensolarada.

A Verdade é bela tal qual o sorriso inocente de uma criança.

A Verdade é certeza tal qual a árvore frondosa está contida na semente que a contém.

A Verdade é simples de se alcançar ao que tem o coração leve, impossível ao de coração pesado.

Ela está perto, muito perto ao de coração humilde, porém, longe, muito longe, infinitamente longe ao de coração orgulhoso.

A Verdade é simples, pura, inocente, porém sábia.
A Verdade é a voz ouvida no silêncio de nossa alma.

A Verdade está no segundo silêncio, quando até mesmo os teus pensamentos não se fazem ouvir. Este é o Reino de Deus, da Paz eterna.

A Verdade é a resposta a todas as perguntas.

A Verdade ilumina nossa consciência, nos mostra quem realmente somos e nos torna livres de nossa própria mente e todos os seus conceitos e crenças.

A Verdade é uma revelação, uma compreensão, uma luz que ilumina nossa consciência, basta um lampejo desta luz e fica gravada em nossa consciência em "ferro e fogo".

A Verdade não pode ser dada como um dom, Ela tem de ser conquistada a cada segundo de nossas vidas.

A Verdade tem de ser experienciada, vivida, sentida, mergulhada, enraizada, incorporada.

Cada pessoa tem de descobrí-la sozinho na solidão e no silêncio de sua alma. Ela não é um dom que se possa dar ou conceder. Temos de combater um bom combate para conquistá-la, tomar posse Dela!

Busca no silêncio de tua alma e lá estará Ela te esperando, abra o seu coração e a sentirá. Neste exato momento Ela está em ti, não há maior milagre que este!

A Verdade está contida em todos os ensinamentos do Mestre Jesus Cristo! Tudo o que Ele fez e falou foi apontando em sua direção!

Tudo o que Cristo falou e fez foi para nos conduzir até a Verdade!

Disse Ele: “E conhecereis a Verdade e a Verdade vos libertará!”

A Verdade é viver o Cristo em você.

A Verdade também está contida nos ensinamentos de todas as grandes almas do passado.

A verdade é o renascer de novo! Despir-se do velho homem e vestir-se do novo homem.
Mas como se nasce uma segunda vez?

A Verdade é um fato, algo real e verdadeiro!

A Verdade esta aqui e agora, dentro e em volta de cada um de nós!

Ela é tal qual o sol, mesmo que a maioria das pessoas raramente nota que ele está lá no céu, ele continua lá, cumprindo a sua sina.

A Verdade está antes do pensar e do sentir.

A mente e o intelecto não podem alcançá-la. Ela está além destes.Tudo aquilo que a mente e o intelecto possa imaginar não é Ela.

A Verdade é um conhecimento negativo, tem de se perder conhecimentos para encontrá-la, ir em sentido contrário à lógica da mente. Tem de nascer de novo para possuí-la!

Sim, Ela existe e é real!

A Verdade é real e para possuí-la, Ela exige uma ação de você - perceber o divino que habita em teu Ser.

Você já olha pelos olhos da Verdade, só que não sabe, ou melhor, não sabe que sabe e há muito tempo se esqueceu. Porém todos têm um pressentimento Dela. Lá no fundo de nossa alma sentimos que está faltando algo. Sentimos que somos incompletos, falta uma peça nesse quebra-cabeça divino!

A Verdade neste momento já está em você, tal qual o sol está lá fora no céu, iluminando e aquecendo a terra, porém poucos percebendo isso diariamente.

A Verdade é o despertar espiritual e criará em você uma fé inabalável. Tornar-se Um com a Consciência Universal, estar banhado na sabedoria de Deus.

A Verdade é a iluminação espiritual!
Seu espírito se ilumina e clareia toda sua consciência!

A Verdade simplesmente É.

A busca pela Verdade deve se tornar a busca de sua vida, a meta de sua vida.

Acorda!
 Desperta deste sono de esquecimento e ignorância!




A Mensagem de Jesus

  “E conhecereis a Verdade, e a Verdade vos libertará." Jesus Cristo

"E conhecereis..."
Jesus nos fala da Verdade como algo exato e objetivo, a Verdade não é meramente um conceito, algo abstrato, mas sim algo real e absoluto, Jesus não mostra a Verdade como um objetivo ilusório e inatingível. Apesar de ela ser um acontecimento interior Ela é real pelo fato de ser o ponto inicial da vida, Eu sou (no sentido de existir) é a primeira e única certeza absoluta que cada pessoa tem.
Ele diz: "Conhecereis a Verdade". Jesus plenamente ensinou que podemos e devemos conhecer a Verdade, mais ainda, devemos viver a Verdade, devemos mergulhar nela e percebermos que Ela e nós somos uma só realidade.
Mas por que este conhecimento é tão difícil, porque poucos o conseguem atingir?

"...A Verdade"
Quando Jesus falou sobre a Verdade, ele não estava falando sobre uma vaga abstração ilusória resultante de uma intensa imaginação humana, devaneios, lógica ou de um grande embate filosófico. Ele não definiu a Verdade em termos subjetivos como uma coisa qualquer que as pessoas escolheriam acreditar.
Jesus definiu a verdade como uma realidade eterna, já revelada e sempre presente aqui e agora!
A palavra de Deus é verdadeira independentemente do fato de alguém concordar com isso, de aceitar e obedecer, ou rejeitar e contestar. A palavra de Deus simplesmente é! Ela é a Lei, de onde nascem todas as demais leis.
Um cego de nascença pode não acreditar que o sol exista e está lá no céu aquecendo toda terra. Uma enorme bola de fogo bem lá no alto? Parece impossível?  Ele não vê a luz de seus raios, mas sente o calor de seus raios na pele. Este calor é a sua fé para crer no sol!

"...e a Verdade..."
Aqui Jesus repete e frisa o valor da Verdade, testemunha o valor fundamental da Verdade. Ela é o cerne, o primeiro degrau, o centro de tudo o mais, Ela é a raiz que nutre toda a criação...

 “... Vos Libertará"
Libertará-nos?
Nós não temos a liberdade?
Estamos presos? Somos prisioneiros?
Que é esta liberdade à qual Jesus fala?

Sim, existe uma Verdade!

Sim, estamos presos, e esta Verdade quando descoberta e vivida nos liberta!
Ela existe!
Então, onde está Ela?
O que é esta Verdade?  É um conceito? Um sentimento? Um pensamento? Um fato? Uma tomada de consciência?

Como faço para tomar posse Dela?
A missão de Jesus Cristo foi de mostrar-nos a Verdade, o caminho para casa.

O que trás a libertação é o vivenciar a Verdade.

É um fato que não é apenas saber que existe uma Verdade que liberta, mas é o experienciar Ela que nos liberta.
Quando estamos doentes, um remédio pode nos curar e de nada adianta saber que ele existe e ficar simplesmente o observando de longe e esperando a cura. Temos de tomá-lo e esperar o resultado da cura. O remédio e nosso corpo se tornam Um para que possa fazer efeito. Do mesmo modo é a Verdade, quando a conhecemos, passamos a vivenciá-la, Ela penetra em nosso Ser, nos envolve, clareia nossa consciência e nos liberta, nos dá a Paz, a Bem-Aventurança e a compreensão.
Nossa mente e nosso intelecto têm de se tornar Um com a Verdade para que possamos viver esta Realidade.

A Verdade existe, ela está aqui neste momento!

A Verdade pode ser conhecida por qualquer pessoa que esteja pronta para Ela.

A Verdade te libertará.
E você não será mais um prisioneiro.

O que te aprisiona?
Por acaso a prisão é você não saber quem você é?
Ou a prisão é não saber que se é um prisioneiro?
A ignorância é a prisão, o não saber quem você é!!

E disse Jesus:
"Em verdade, em verdade vos digo que todo aquele que comete pecado é servo do pecado."
Jesus nos revela o que nos aprisiona: O ego, os desejos e apegos da existência, obscurecem nosso Ser com as sombras da agitação, da inquietação, da multiplicidade transitória, e nos impedem de ver, de conhecer a Verdade, conhecer a si próprio.
Usando a mente nós criamos diariamente um diálogo interno, e nesse diálogo criamos conceitos e mais conceitos, criamos desejos e lutamos para satisfazê-los e mais e mais nos emaranhamos na rede do ego.
Se fomos feitos à imagem e semelhança de Deus por que tantos conflitos?
***






- CAPÍTULO TRÊS -
O mapa

Se encontrarmos um mapa de tesouro e tivermos a certeza de que ele é autêntico e nos levará até um baú cheio de brilhantes, enormes pepitas de ouro, lindas gemas preciosas, partiríamos à sua procura, certo?
Então, bastaria possuirmos o mapa e seguindo suas instruções chegaríamos ao tesouro.
Ao olhar o mapa, temos de ter um ponto conhecido para começar nossa busca, um ponto de referência para iniciar nossa jornada.
Se, no mapa, o tesouro está bem no centro, quanto mais longe do centro mais longe estaríamos do tesouro!
E se quisermos muito encontrar o tesouro e termos o mapa nas mãos, o que nos falta?
Primeiro, uma referência de onde estamos em relação ao mapa. Se olharmos para o mapa e não conhecermos nenhum ponto de referência não tem de onde partir a nossa busca ao tesouro. Teríamos um mapa, muita vontade, mas sequer poderíamos dar o primeiro passo nesta fascinante jornada.
Neste caso, temos de procurar alguém que conheça ao menos um lugar do mapa, e partindo daí seguirmos rumo ao nosso tesouro.
 Mas tem um problema!
 Se falarmos deste mapa à outra pessoa e ela conhecer algum ponto deste mapa que será nosso ponto de partida, com certeza vai exigir sua parte do tesouro. Ou seja, ou compartilhamos o tesouro com mais alguém ou ficamos de mãos vazias.
Mas como queremos encontrar o tesouro nos aliamos a outra pessoa e partimos para uma grande jornada em sua busca.
Assim também é nossa busca para encontrarmos o tesouro da Verdade!
Agora, não se trata de um simples baú cheio de riquezas, mas uma mina inteira com os maiores brilhantes, as maiores pepitas de ouro, inesgotáveis gemas preciosas, ele existe e é real.
Sendo um tesouro interior quem já o descobriu pode compartilhar o mapa para que também outros o encontrem, pois este tesouro é inesgotável. Quem o possuí quer que todos também o encontrem, este tesouro só aumenta quando é compartilhado, dele quanto mais se tira mais se tem, é inesgotável!
Aqui vale a máxima – Quem faz sorrir, sorri em dobro!  É a Lei!
Este tesouro está em um mundo além da matéria, só a fé pode senti-lo.
A Fé sabe que ele existe e é real.
Porém, quem conhece este tesouro, tem de fazer um mapa para que outros que queiram encontrá-lo também o possam fazê-lo.
Mas como se faz um mapa para uma realidade interior, fora da matéria?
Um mapa se faz com cores contrastantes entre palavras, símbolos e o papel de fundo.
Como se faz um mapa com tinta branca sobre papel branco?
Como se lê este mapa?
Como se explica a um cego de nascença a diferença entre o azul e o vermelho? Ou ao surdo a diferença entre um ré e um mi?
É como dar uma resposta a uma pergunta, sem nunca sequer conhecermos a pergunta.
Estes mapas existem?
Sim, basta os procurar.
Só que eles não são escritos com palavras.
São escritos nas entrelinhas das palavras.
As palavras nutrem a razão, as entrelinhas a fé!
Um tesouro deste mundo todos iriam querer, quem não quer riquezas?
E o tesouro da Verdade?
Os que têm o coração endurecido sequer acreditam nele, nunca vão sequer iniciar a busca, preferem viver mergulhados neste mundo.
Os de coração terno e simples, já o procuram, já estão no caminho em sua fascinante busca.
Pois saibam que sua procura não é vã, ela é real, tal qual a rocha dura do pico da montanha.
A Verdade, só Ela pode preencher o vazio que existe em cada Ser!
E este modesto livro é um pequeno mapa para encontrar a si mesmo, basta procurar nas entrelinhas. Os buscadores perceberão em que etapa do caminho estão e se localizarão, e com certeza encontrarão o tesouro que tanto buscam!

Para que servem as palavras?
"Um jovem discípulo aproximou-se de um sábio que se encontrava em meditação no pátio de um templo à noite, à luz da lua, ele tinha uma grande dúvida:
- Mestre, eu aprendi que confiar nas palavras é ilusório. Diante das palavras, o verdadeiro sentido surge através do silêncio. Mas vejo que os ensinamentos são feitos de palavras; que o ensinamento é transmitido pela voz. Se a Verdade está além dos termos, porque os termos são usados para defini-la?
Então, o velho mestre respondeu:
- Meu jovem, as palavras são como um dedo apontando para a Lua, cuida de saber olhar para a Lua, não se preocupe com o dedo que a aponta.


Aí o discípulo argumentou: 


     - Mas eu não poderia olhar a Lua, sem precisar que algum dedo alheio a mostre?
 - Poderia, confirmou o mestre, e assim você o fará, pois ninguém mais pode olhar a lua por você. As palavras são como bolhas de sabão, frágeis e inconsistentes desaparecem quando em contato demorado com o ar. A Lua está e sempre esteve à nossa vista. A Verdade é eterna e completamente revelada. As palavras não podem revelar o que já está revelado desde o Início dos Tempos.
 - Então, o discípulo perguntou, por que os homens precisam que lhes seja revelado o que já é de seu conhecimento?
 - Porque, completou o sábio, da mesma forma que ver a Lua todas as noites fazem com que os homens se esqueçam dela pelo simples costume de aceitar sua existência como fato consumado, assim também os homens não confiam na Verdade já revelada pelo simples fato dela se manifestar em todas as coisas, sem distinção. Desta forma, as palavras são um subterfúgio, um adorno para embelezar e atrair nossa atenção. E como qualquer adorno, pode ser valorizado mais do que é necessário.
O mestre ficou em silêncio durante muito tempo.
Então, de repente, simplesmente apontou para a lua.
                                                                                                       Conto zen


No grande oceano da consciência, nesta grande biblioteca, todo e qualquer conhecimento não é guardado através de palavras contidas em livros.
Este oceano existe muito antes do homem criar as primeiras palavras, ter o primeiro pensamento.
Existe um entendimento sem as palavras, um conhecimento silencioso, talvez a primeira língua que tenha existido, aquela que todos compreendiam.
Esta é a primeira língua, incriada, eterna, silenciosa...
Na consciência a sabedoria simplesmente é!
As palavras são úteis até a compreensão, depois, elas desaparecem como bolhas de sabão, mas cumpriram sua finalidade.
E houve o entendimento!
***







- CAPÍTULO QUATRO -
O Reino de Deus

"Havia um homem entre os fariseus, chamado Nicodemos, príncipe dos judeus. Este foi ter com Jesus, de noite, e disse-lhe: Rabi, sabemos que és um Mestre vindo de Deus. Ninguém pode fazer esses milagres que fazes, se Deus não estiver com ele.  Jesus replicou-lhe: Em verdade, em verdade te digo: quem não nascer de novo não poderá ver o Reino de Deus.  Nicodemos perguntou-lhe: Como pode um homem renascer, sendo velho? Porventura pode tornar a entrar no seio de sua mãe e nascer pela segunda vez?  Respondeu Jesus: Em verdade, em verdade te digo: quem não renascer da água e do Espírito não poderá entrar no Reino de Deus.  O que nasceu da carne é carne, e o que nasceu do Espírito é espírito.  Não te maravilhes de que eu te tenha dito: Necessário vos é nascer de novo.  O vento sopra onde quer; ouves-lhe o ruído, mas não sabes de onde vem, nem para onde vai. Assim acontece com aquele que nasceu do Espírito.  Replicou Nicodemos: Como se pode fazer isso?  Disse Jesus: És doutor em Israel e ignoras estas coisas!...  Em verdade, em verdade te digo: dizemos o que sabemos e damos testemunho do que vimos, mas não recebeis o nosso testemunho.  Se vos tenho falado das coisas terrenas e não me credes, como crereis se vos falar das celestiais?" João 3 1-12



Iluminação espiritual nada mais é do que renascer de novo!

Como se pode fazer isto?
Como se pode nascer novamente?

Temos de nascer do espírito para conhecermos a nós mesmos e todas as demais pessoas!
Como podemos nascer do espírito?

A Verdade vem depois de renascermos novamente, agora em espírito, e compreendendo o que é do espírito.

Olhando através dos olhos da sabedoria e sem os óculos da mente e do intelecto!
Olhando não mais pelos olhos do ego e sim pelos olhos do Eu!

Conhecendo e se tornando a Verdade, aí sim entramos no Reino de Deus!

O Reino de Deus é como passamos a ver o mundo depois da Iluminação Espiritual, sabermos e intuirmos quem realmente somos!

O Reino de Deus é visto com os olhos limpos da mente e todos os seus pensamentos conceituais, e aí se separa o joio do trigo.



Sua missão

Jesus ensinou-nos o dom do amor, da caridade, do perdão e provou para muitos descrentes a existência de um Deus misericordioso que nos ama e está de braços abertos para nos receber!

A missão de Jesus foi de mostrar-nos o caminho para casa!

A missão do Cristo foi de mostrar nosso verdadeiro Eu, que existe por trás da máscara de nosso ego.

Sua morte na cruz representa a morte do velho homem.

Sua ressurreição confirma o nascimento do novo homem.

E havendo uma mudança interior haverá também a mudança exterior.



Jesus compreendia as pessoas!

Por que o ensinamento de Jesus tinha tanto poder?
Por que seus ensinamentos perduram até hoje, mesmo passados dois milênios?

Porque Jesus compreendia as pessoas!

Tinha a palavra certa a cada um.

Ele conhecia a Verdade e vivia na Verdade! Ele via a Verdade dentro de cada pessoa!

Ele falava ao Eu interior de cada pessoa e não ao ego pensador.

Seu ensinamento nos cria uma convicção interior de nossa divindade e dá-nos uma verdadeira fé em Deus.

Jesus se sentia suficientemente seguro e à vontade para fascinar multidões ou acolher uma simples criança, ele era simples no simples e também simples no complexo.



***






- CAPÍTULO CINCO -
Os pensamentos, a mente e o ego

O pensamento é um diálogo interno, no qual você conversa com você mesmo.
As pessoas passam os minutos, as horas, os dias, os meses, os anos, enfim, toda sua vida, pensando e pensando, iludidos, esquecidos, dormindo e envolvidos em seus sonhos... Cada pessoa cria o seu próprio mundo com seus pensamentos e seus conceitos! E acham que isto é tudo, que não existe outra realidade por trás desta neste exato momento!
 Vivem querendo, sorrindo, chorando, comprando, vendendo, criando, amando, lutando.

Mas, quem nos ensinou a pensar?
Aprendemos sozinhos ou o pensamento é apenas um eco do falar?

A mente é um aspecto da consciência, a mente surge na consciência!

Então, da mente surge o ego, o primogênito da ignorância, a personalidade de cada um, a máscara que usamos em nosso dia a dia.

E os pensamentos criam a realidade do mundo. O mundo não é, mas sim nossa mente é que o cria! A mente cria os dramas da vida, suas dores, seus sofrimentos, suas tristezas e alegrias.
A mente cria uma realidade conceitual que você acredita como real.
Ela cria a dualidade no mundo, cria os conceitos e com eles os opostos, o bem e o mal.
O mundo interior é a causa e o mundo exterior é o efeito.

Os pensamentos são como que uns óculos escuros em frente aos olhos do Eu.
O Eu tem de enxergar o mundo com seus próprios olhos e não através dos olhos da mente-pensamento!

A mente, com todos os seus pensamentos te faz prisioneiro, acredite ou não, esta é a verdade!

A mente condiciona cada pessoa a uma escravidão, que na ilusão crê, coloca toda sua fé e cria todos os conceitos.

A mente é um labirinto sem entrada e sem saída. O Eu, sua essência, está preso dentro dele. Como sair?

Imagine cada pensamento se tornando uma árvore da floresta de seu Ser.
Quão grande é esta floresta?
Seu Eu está perdido nesta floresta?

Então, quem está vendo através de seus olhos?

Se procurar o Eu com a mente, nunca o encontrará. Como a ilusão pode reconhecer a Verdade? Só a Verdade pode conhecer a Verdade, apenas e tão somente o Eu pode conhecer a si próprio.

Os sentidos estão limitados ao nível da mente, eles não percebem o Eu, são incapazes de compreender o Espírito que está acima da mente. Como pode o relativo compreender o absoluto? Como pode a parte compreender o todo?

A mente humana não pode compreender a suprema sabedoria de Deus. Jamais a compreenderá!
A mente é real e ao mesmo tempo é irreal.
É um paradoxo.
Pensando, ela é real, no silêncio, ela não existe!
Você não é a mente.
Você é o que testemunha a mente.
O silêncio.
Você é o Eu, o Ser, o sopro divino, a centelha divina.

A paz é seu estado natural!
É a mente que obstrui este estado!
Assim é!

Então a mente é o conjunto de pensamentos que todos têm diariamente, se não houvesse os pensamentos, não existiria a mente e sem mente, desapareceria o ego!

E a Paz reinaria!

Tão simples!
Parece complexo...

A mente vive de Atenção, sem atenção ela não existe, desaparece!

Ela é a grande aprisionadora da liberdade do Ser, só se desfazendo dela é que ocorre a liberdade.

Tal qual a serpente deixa sua pele para trás, assim deve o homem deixar sua mente para trás para encontrar a si mesmo.

Como perguntou Nicodemos a Jesus Cristo, como posso fazer isto?


Origem dos pensamentos

A mente é a ponte que liga o mundo físico ao mundo espiritual.
Os pensamentos criam a mente, a mente cria o ego, e o ego se torna a ponte entre o consciente e o inconsciente. A ponte entre dois mundos, o da razão e o da fé.
Deus, ao soprar seu Espírito em nós, sopra o Eu, e na transição para este mundo dual, cria-se o seu oposto em nós, a mente que é a ilusão. Um não existe sem o outro. Como pode haver noite sem existir o dia? Ou o alto sem existir o baixo? Ou o quente sem o frio?
Quando o homem comeu do fruto do qual Deus ordenou que ele não comesse, trouxe para si uma interessante questão: Ficou conhecendo o bem e o mal e o fruto disso é viver pela razão.
Na verdade estamos identificando o certo e o errado, para então escolher um caminho ou outro. Isto é andar segundo o fruto do conhecimento do bem e do mal.

...

Há histórias perdidas nos milênios do passado.
Dizem que os pensamentos surgiram assim que o Ser criou a primeira língua para se comunicar uns com os outros.
O pensamento nada mais seria do que o eco do falar!
O pensamento seria a voz não pronunciada!
Um dia o homem percebeu uma voz interior que conversava consigo mesmo e isto se tornaria seu pensamento.
Dizem que ao tomar contato com este mundo, o Ser maravilhou-se e envolveu-se e esqueceu sua primeira língua, aquela que fala no silêncio de sua alma. A língua do entendimento e da sabedoria!

Esqueceu-se até mesmo de sua identidade natal!


Conceitos

Conceito é a idéia que uma pessoa faz de uma classe de objetos, assim como cachorro, garrafa ou casa, ou de uma classe de idéias como amor, liberdade ou felicidade. É a consciência de suas qualidades que faz de um objeto ou de uma idéia o que são ou parecem ser.

A mente cria todos os conceitos para o mundo ao nosso redor.

O ego é o primeiro conceito que ela cria.

O ego do adormecido é o conceito primário, o primogênito da ignorância.

A crença nos conceitos lhe dá poder.

E este poder confunde nossa visão.

Então o ego tinge a Verdade com muitas cores de conceitos.

Isto cria muitos véus sobre a Verdade o que impossibilita de a vermos. Apenas pressentimos sua existência!

Já o Eu vê tudo de uma só cor, uma transparência.

O mundo não é, nós e que o criamos com nossos conceitos e crenças. Porém atrás deste mundo irreal existe um que é verdadeiro, uma Realidade natural a cada um de nós, uma Verdade esquecida que é a busca por um sentido da vida que cada ser humano tem lá no fundo de sua alma.

***






- CAPÍTULO SEIS -
Os sentimentos

Sentimento é o estado que nos impulsiona para a vida!
Os sentimentos são o mecanismo que nosso Ser utiliza para experimentar a vida e a conexão com Deus. Esta face de nossa personalidade humana é de extrema relevância porque nossos sentimentos são os catalisadores do que somos em essência. Somos aquilo que sentimos que somos e isso ativa pensamentos que nos impulsiona a desenvolver convicções e agir de formas específicas.

O que é o sentir?

É bem mais fácil descrever o pensar do que o sentir.
O pensar, mesmo muito sutil parece mais real, mais palpável que nossos sentimentos; parece mais real o pensar do que o sentir.

O pensar é apenas um, palavras e mais palavras ditas no silêncio de nossas almas.

Só que cada palavra em nossas mentes vem banhada com as águas do sentir.

Bons pensamentos vêm banhados com águas de amor, alegria, ternura, harmonia, paz, etc.

Já maus pensamentos são banhados em águas escuras de arrogância, raiva, medo, maldade, ódio, etc.

São as águas do sentimento que valorizam o pensar, que dão energia à mente, que nos atraem a pensar cada vez mais. São os sentimentos, principalmente os maus, que alimentam o pensar e a assim inchando cada vez mais nosso ego.

Os sentimentos são as energias que banham cada palavra (dita ou pensada) com suas próprias qualidades e que dão força às mesmas!
Os sentimentos nos impulsionam a agirmos e a pensarmos!

O sentimento é a energia que leva à ação.
Os bons nos aproximam mais da Verdade, de nós mesmos!
Já os maus nos afastam cada vez mais do centro, da Verdade, de nós mesmos!

O maior de todos os sentimentos é o amor, ele clareia, une, ensina e completa.

Jesus nos deixou os dois maiores mandamentos:
Amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo.



O coração

O coração é a pessoa interior de cada um de nós.
É a soma de todos os nossos pensamentos, todos os nossos sentimentos, nosso intelecto, enfim toda nossa natureza interior!
Ele é “a totalidade do homem interior, em contraste com a carne, que é o homem exterior e tangível”.
Na Bíblia, em diversos casos em que ocorre o termo “coração”, evidentemente chama-se atenção para a faculdade de pensar, mas não num sentido que isolaria esta faculdade de tudo o mais que constitui a pessoa interior.
O coração, às vezes, conforme mencionado tanto nas Escrituras inclui o intelecto, há casos em que ele é associado com “imaginar” (Mt 9:4), “raciocinar” (Mr 2:6), “entender, compreender” (1Rs 3:12; Mr 6:52) e “conhecimento” (Pr 15:14).

“E, respondendo ele, disse: Amarás ao Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todas as tuas forças, e de todo o teu entendimento, e ao teu próximo como a ti mesmo.”  Lucas 10:27

“Porque onde estiver o vosso tesouro, aí estará também o vosso coração.” Mateus 6:21

“O homem bom, do bom tesouro do seu coração tira o bem, e o homem mau, do mau tesouro do seu coração tira o mal, porque da abundância do seu coração fala a boca.” Lc 6.45

“Mas, o que sai da boca, procede do coração, e isso contamina o homem. Porque do coração procedem os maus pensamentos, mortes, adultérios, prostituição, furtos, falsos testemunhos e blasfêmias. “Mt 15.18,19

“Bem-aventurados os limpos de coração, porque eles verão a Deus.” Mateus 5:8

“Tomai sobre vós o meu jugo, e aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração; e encontrareis descanso para as vossas almas.” Mateus 11:29

“E a que caiu em boa terra, esses são os que, ouvindo a palavra, a conservam um coração honesto e bom, e dão fruto com perseverança.” Lucas 8:15

“Não se turbe o vosso coração; credes em Deus, crede também em mim.” João 14:1

“Cegou-lhes os olhos, e endureceu-lhes o coração, A fim de que não vejam com os olhos, e compreendam no coração, E se convertam, E eu os cure.”  João 12:40

“Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou; não vo-la dou como o mundo a dá. Não se turbe o vosso coração, nem se atemorize.” João 14:27

“Assim também vós agora, na verdade, tendes tristeza; mas outra vez vos verei, e o vosso coração se alegrará, e a vossa alegria ninguém vo-la tirará.” João 16:22




Por que dos conflitos interiores se somos apenas um único Ser?

Somos apenas um único Ser, então por que temos tantos conflitos interiores?
Nosso coração nos confunde, desorienta-nos?

Há dois em cada um de nós: O homem de Deus, o Eu, nossa essência e o homem do mundo, o ego, nossa máscara.
Um é real o outro uma ilusão, uma criação de nossa mente. 
Um é eterno o outro terá fim um dia.

O Eu é o homem de Deus, nossa essência, o centro de cada um, o ponto de onde tudo o mais se origina.

Nosso coração, ou seja, nossos pensamentos, nossos sentimentos e nosso intelecto nos confundem. O Eu na ilusão de ser ele o próprio ego, cria alegrias hoje e tristezas amanhã, se regozija hoje e sofre amanhã.
Levado pelas ondas da ignorância, o barco de nosso Ser, navega sem rumo pelo oceano da vida, sem capitão que segure forte o leme e o conduza na direção certa.

Podemos confiar em nosso coração?
Até certo tempo, sim.
Chega um momento de nossa vida que queremos segurar firme no leme do barco da vida e o levarmos para a direção que quisermos e o coração só nos confunde e desorienta.



A mágoa

É um sentimento de tristeza e pesar.
A mágoa é um sentimento de desgosto causado por pensamentos discordantes, por lembranças dolorosas de alguma ofensa recebida.
A mágoa nos torna amargurados.
Ela vai se acumulando no coração, fazendo-o inchar e ficando cada vez mais pesado. A mágoa é criada quando você pensa que alguém agiu incorretamente com você. Você não perdoa a pessoa e fica com uma sensação ruim guardada bem no peito. Os pensamentos sobre esta situação geralmente vêem a cabeça uns atrás dos outros e nos sufoca e nos escraviza. Criamos um mundo imaginativo que nos aprisiona e nos faz refém.
 A mágoa se apresenta como um desgosto, um descontentamento, que pode ser por alguém ou pela própria vida. Uma amargura que nos deixa um gosto amargo pelos relacionamentos passados. A mágoa nos deixa muito pesados para nos movimentar e muitos lentos para pensarmos com lucidez e coerência.
A mágoa nos envolve em suas teias como uma traiçoeira aranha, nos abocanhando e nos devorando. Lentamente ela nos devora, jogando seu veneno que nos corrói por dentro e nos trazendo dor e sofrimento.
Poderíamos dizer que a mágoa é uma forma de suicídio.
A mágoa nos prende no passado e não nos deixa viver bem o presente!
Viver amargurado, melancólico pelo o que foi e não é mais. Pelo que passou e deixou feridas profundas.
Um suicídio lento que vai matando aos poucos, ela nos envolve de tal forma que não conseguimos mais raciocinar de forma clara a respeito que quem nos magoou. Ela cria medo e receio de ter novas experiências e relacionamentos.
 Ela impede um bom viver. Ela impede um sorriso abundante, que poderia trazer o gosto bom de viver. Ela impede a confiança no outro.
Para que se possa eliminar a mágoa, é necessário absolver, perdoar. Enquanto não houver o perdão, este nó do coração só vai aumentando cada vez mais e nos sufocando cada vez mais.

“Então Pedro se aproximou dele e disse: Senhor, quantas vezes devo perdoar a meu irmão, quando ele pecar contra mim? Até sete vezes? Respondeu Jesus: Não te digo até sete vezes, mas até setenta vezes sete.”
Mateus 18:21-22

“E quando vos puserdes de pé para orar, perdoai, se tiverdes algum ressentimento contra alguém, para que também vosso Pai, que está nos céus, vos perdoe os vossos pecados.Mas se não perdoardes, tampouco vosso Pai que está nos céus vos perdoará os vossos pecados!"
Marcos 11:25-26


Perdoe!
Não guarde mágoas.
***








- CAPÍTULO SETE -
O EU, o Ser

O Eu e a carroça

“Um poderoso monarca, sabendo que um grande sábio estava às portas de seu palácio, foi até ele para fazer uma importante pergunta:
- Mestre, tenho uma grande dúvida. Onde está o Eu, a minha essência?
 Então o sábio pediu:
- Traga-me aquela carroça que está logo ali!
A carroça foi trazida para perto dos dois homens, o sábio perguntou:
- O que é isto?
- Com certeza é uma carroça! Respondeu o monarca.
Então o sábio pediu que retirassem os cavalos da carroça e fez outra pergunta:
- Os cavalos são a carroça?
- Não, claro que não, respondeu o monarca.
O sábio pediu que retirassem os assentos.
- Os assentos são a carroça?
- Não, com certeza não é a carroça.
O sábio pediu que fossem retiradas as rodas da carroça.
- As rodas são a carroça? Perguntou novamente o velho homem.
- Não, as rodas não são a carroça.
Então o velho homem apontou para o que sobrou, o eixo e perguntou:
- O eixo é a carroça?
- Mas é claro que não é!
Então o sábio concluiu:
- Da mesma forma que a carroça, o Eu não pode ser definido por suas partes. O Eu não está aqui e não está ali. O Eu não se encontra em parte alguma. Ele não existe! E, não existindo, ele existe.                                                                                                                Conto Zen




O Eu é a consciência de que eu sou eu, a primeira e única certeza que todos temos como verdadeira e certa, é o ponto de partida, o início de tudo o mais.

Todos estávamos no Eu, no Ser, porém, no período do Éden fomos expulsos e caímos no esquecimento.

O Eu é quem dá vida e luz aos sentimentos e pensamentos de cada pessoa humana.

Ele é a origem de tudo o mais!

O Eu é a consciência em si mesma!

A ignorância o encobre com milhares de véus!

O Eu na sua pureza é experimentado nos intervalos de silêncio entre dois pensamentos!

O Eu está no segundo silêncio, é o próprio silêncio!
Ele é o silêncio do silêncio!
E o que é este silêncio? Onde podemos encontrá-lo?

Temos de realizar nossa natureza original, o Eu é o estado natural de todos!

O Eu é igual ao oceano, por ele estar mais baixo é o que permite aos rios irem em sua direção. É a natureza do rio.

O Eu é igual ao oceano, por estar abaixo de todos os egos e ser a essência de todos, todos querem ir em sua direção. É a natureza do espírito!

Nossa natureza é encontrar a Verdade, encontrar a si mesmo!
Somos o rio e corremos em direção ao oceano, o nosso destino, mesmo que tenhamos nos esquecido disto.

Todos deveriam permanecer na consciência do Eu.

O Eu é eternamente realizado em si mesmo.

Ser.
Apenas ser.
Simplesmente ser.

O Eu na ilusão do ego, pensa...
O Eu no centro de si mesmo é o silêncio...

O Eu é completo em si mesmo - Nada pode entrar ou sair do Ser.

Do Eu surgem os pensamentos.

Do Eu surgem os sentimentos.

O Eu vem antes do pensar e do sentir.

No Eu está o entendimento das palavras.

O Eu tem luz própria, enquanto que o ego com seus pensamentos e sentimentos depende da luz do Eu.

O Eu não é a mente, mas sim é o que observa a mente.

O Eu não é os sentimentos, mas sim o que observa os sentimentos.
Ele não é os pensamentos, mas sim o que os observa.

Se o Eu fosse um lago, o ego seria um enorme tronco de árvore que parece que o divide ao meio, basta retirá-lo e o lago continuará inteiro.

O Eu é muito sutil, mais do que o pensamento. Ele vem antes do pensar!

O Eu é o que observa os nossos pensamentos!

Saia da sua mente e estabeleça no centro, no Ser.

De tudo que existe, diz-se que o espaço é o mais sutil, pois o Eu é mais sutil que o espaço, pois Ele observa até o espaço.

O Eu é por si mesmo, já a forma depende do Eu.

O Eu vê o mundo como ele é, sem interpretações, sem conceitos.

A chave da paz e da felicidade está no centro de cada pessoa.

Estar no Eu é estar em harmonia, na paz, no silêncio, na simplicidade, em Deus.

Aqui existe calma e serenidade. A harmonia existe em cada momento.

Este é seu verdadeiro lar, sua verdadeira morada.

Buscar a liberdade é buscar a si mesmo.

Na ilusão do ego, se o Eu se identificar com o medo, terá medo.
Na ilusão do ego, se Ele se identificar com alegria, terá alegria.

Porém, o Eu no centro de si mesmo é o silêncio, a paz, a harmonia, a bem-aventurança, o espaço, a fé, a sabedoria....


O Eu é da eternidade.

O Eu é a eternidade.

O Eu está além das fronteiras do infinito, muito além!

O Eu está somente no Aqui e agora, na eternidade do momento presente.

O Eu não vive no tempo e espaço, ou seja, ele não precisa criar um fato no tempo e no espaço. Ele é eterno.




O Eu está numa falsa prisão

“A distância entre o Eu e o ego é de apenas um pensamento.”

Em um mosteiro, um discípulo novato estava agindo de forma rebelde às normas do local, causando certo tumulto. O mestre, percebendo o desconforto da comunidade dos monges, resolveu chamar a atenção do monge rebelde determinando-lhe que ficasse num alojamento a parte para que refletisse sobre a sua conduta. Contrariado, mas obediente, o monge aceitou a ordem e foi levado ao tal alojamento.
Passaram-se alguns dias e o monge ainda estava no mesmo aposento, onde lhe levavam diariamente comida e água que eram deixadas em uma abertura da porta. Todo esse tempo de enclausura mento fez com que chegasse à conclusão que havia de fato passado dos limites com aquela atitude de rebeldia. Estava realmente arrependido.
O tempo passava e já fazia algumas semanas que o monge estava lá, quando começou a se inquietar e pensou, indignado:
- Sei que abusei da minha liberdade, mas não acho que minha atitude tenha sido tão grave ao ponto de ficar tantas semanas trancafiado nesta prisão.
- Agora quem passou dos limites foram eles. Não vou mais aceitar tamanho absurdo. Vou sair daqui imediatamente, nem que eu tenha que arrebentar esta porta.
Neste momento, o monge se aproxima da porta e, numa atitude enraivecida, tenta forçar a tranca da porta para arrombá-la logo em seguida. Ao fazer isso, a porta se abre sem qualquer esforço de sua parte. Espantado, o monge nota que a porta estava aberta durante todo o tempo em que permanecera ali.”

Assim é com o Eu, Ele sempre foi e sempre será livre!

Você é e sempre será livre!
Só que não sabe disto!
Mas precisa saber!
Basta querer.
É simples.
Tão simples...
Parece complexo...

A prisão são nossos pensamentos, nossos conceitos.
Basta nos despir deles e na nudez de nossa alma abriremos os olhos e veremos a Verdade!



***








- CAPÍTULO OITO -
A ignorância e a meia-verdade

"Porventura pode um cego guiar outro cego? não cairão ambos no barranco?"
Lucas, VI, 39

Pela lógica, uma meia verdade é uma mentira completa, porém com um detalhe interessante, a meia verdade se utiliza muitas vezes de fatos ou argumentos reais, porém com uma lógica distorcida, não abordando a questão por completo. Nela vemos apenas o que queremos ver, influenciados por situações que ocorreram em nossa vida.

Muita atenção para a meia-verdade!



O cego e a lanterna
Conta uma estória muito antiga que um cego de nascença foi visitar um amigo e quando saía da casa do amigo já tarde da noite, recebeu deste uma lanterna daquelas de papel com uma vela dentro e pendurada na ponta de um pequeno bastão.
 O cego disse surpreso:
- Sou cego! De que me vale levar uma lanterna?Conheço bem o caminho e chegarei em casa em segurança!
- Sei disso, mas como vai caminhar no escuro, a lanterna evitará que outras pessoas esbarrem em você, disse o amigo, acendendo a vela dentro da lanterna e a entregando a ele.
O homem partiu levando a lanterna à sua frente. Confiante no fato de que ela evitaria acidentes com outras pessoas, ele caminhou sem medo ou relutância ao longo da estrada.
Nunca ele se sentiu tão confiante, sabendo que a lanterna era um eficiente aviso de sua presença no caminho.
Entretanto, para sua completa surpresa, de repente alguém esbarra fortemente nele, e cai no chão.
 Irritado com isso, o cego grita:
-Não podeis ver uma lanterna aproximando-se? Com certeza você é mais cego do que eu!
Mas o outro homem disse confuso:
-Mas como poderia ter visto? A lanterna que você estava carregando estava apagada nesta noite escura!
Todo aquele tempo o cego carregava a lanterna inutilmente, pois o vento tinha apagado a vela de seu interior há muito tempo.
Conto zen


Os que usam apenas as palavras de outros para ensinar sobre a Verdade podemos compará-los com este cego.
São semelhantes a papagaios, apenas repetem o que ouviram, e não acrescentam nada a este ensinamento!
Apenas com os pés firmados no chão da Verdade e a consciência centrada no silêncio da alma, aí sim, os lábios pronunciam palavras embebidas no doce néctar da sabedoria divina.

As palavras de Jesus tem tanta força porque elas nascem da Verdade e são banhadas no oceano da fé!



A ilusão

Ilusão é acreditarmos em algo irreal como sendo real.
Uma miragem aos olhos físicos só são reais de longe, ao nos aproximarmos dela, a ilusão se desfaz e vemos a realidade do que ela realmente é.
Quando olhamos pelos olhos do ego, muito do que vemos é ilusão, irreal.
Se virmos de longe um pedaço de corda enrolado podemos confundi-la com uma cobra e o medo passa a nos dominar. Assim que percebermos que a corda é uma corda, nossa falsa percepção de que é uma cobra cessa e já não temos mais o medo de antes.
Assim é o poder da ilusão!
Nosso ego cria falsas realidades e quando aceitamos como verdadeiras passamos a vivenciá-las como reais.
Sofremos e sofremos por coisas tão banais e tão irreais quanto ter medo de uma corda pensando ser ela uma perigosa cobra!
Somos prisioneiros na cela do ego!

Cada véu que encobre o entendimento da Verdade não passa de uma ilusão criada pelo próprio ego, por nossos próprios pensamentos, isto porque valorizamos demais eles e passam a ser uma crença, passam a nos escravizar. Deixamos de ser senhores de nós mesmos e passamos a ser escravos de nossa própria ignorância!

Assim, sabedoria é discernir entre o real e o irreal.

De posse da Verdade, nossa visão se abre e percebemos o que é real. Sabendo que nosso Eu é a consciência pura e indivisível, nos libertamos da ignorância, da miséria, do poder da ilusão, e mergulhamos no grande oceano da Paz e Bem-Aventurança.

A natureza da ilusão é que quando ela é vista com clareza, desaparece. Ela perde o poder de influenciar ou de hipnotizar o Ser.



O relativo e o absoluto

A Verdade tem dois pólos, dois lados, dois modos de se observá-la: o modo absoluto e o modo relativo.
Olhando através dos olhos do ego não vemos a Verdade completa, inteira, mas sim a meia-verdade!
Dezenas, centenas ou mesmo milhares de meias verdades somadas não se compara a única Verdade que existe.

Meia maça mais meia maça é igual a uma maça inteira.
Meia verdade mais um milhão de meias verdades nunca serão uma Verdade inteira! Isto é um fato! É um paradoxo.

Olhando através dos olhos do absoluto em nós vemos a Verdade completa, inteira, como ela é.


O relativo
A razão.
A parte.
Olhar através dos olhos do ego.
Os pensamentos, a mente.
Os conceitos.
O tempo relativo – o nosso tempo
O espaço relativo – o nosso espaço
O conhecimento relativo – o nosso conhecimento
O eu relativo – o Ego


O absoluto
A fé.
O todo, o inteiro.
Olhar através dos olhos do Eu.
O silêncio.
Sem conceitos.
O tempo absoluto – a Eternidade.
O espaço absoluto – o Infinito.
O conhecimento absoluto – a sabedoria.
O Eu Absoluto – O Eu, o Ser.



Paradoxo

Um paradoxo é uma declaração aparentemente verdadeira que leva a uma contradição lógica, ou a uma situação que contradiz a intuição comum. Em termos simples, um paradoxo é "o oposto do que alguém pensa ser a verdade".
É uma afirmação ou opinião que à primeira vista parece ser contraditória, mas na realidade expressa uma possível verdade.

Nós olhamos tanto pelos olhos do ego quanto do Eu e isto cria muitas situações de paradoxo.

Olhando pela visão do ego, as extremidades de uma reta nunca vão se encontrar e quanto maior ela for mais longe suas extremidades se situarão no espaço.
Porém pela visão do Eu, se a reta for apenas um segmento de uma circunferência de raio infinito, quanto maior a reta, irá acontecer um momento em que suas extremidades começarão a se aproximar e se tocarão para completar este círculo lá no infinito. Isto, longe dos olhos da razão e perto dos olhos da fé!

Além dos domínios da razão existe um território inexplorado, uma terra fértil e muito cultivável, onde plantando tudo se dá!

***






 - CAPÍTULO NOVE -
Fé e razão

A fé é "o firme fundamento das coisas que se esperam e a prova das coisas que não se vêem" (Hebreus 11:1)

Fé é a firme opinião de que algo é verdade, sem qualquer tipo de prova ou critério objetivo de verificação, pela absoluta confiança que depositamos nesta idéia ou fonte de transmissão.
Fé é crer e ter a certeza absoluta de algo!
A fé e a razão constituem as asas pelas quais o espírito humano se eleva para a contemplação da Verdade.

Foi Deus quem colocou no coração do homem o desejo e a necessidade de conhecer a Verdade e, com isto conhecer a Ele, para que, conhecendo-o e amando-o possa chegar também à verdade máxima sobre si mesmo.

À tarde o sol se põe no horizonte, e mais um pouco já é noite. A certeza absoluta de que na aurora do outro dia, ele aparecerá, e tornará a sair por detrás do horizonte e iluminará nossa vida. Isto é fé!
De onde vem a fé? De onde vem esta certeza?

A razão é o que nos guia através deste mundo físico.
A fé, ela é a luz que conduz e orienta nosso caminho interior.
É a fé que nos orienta e nos ajuda a encontrarmo-nos em nosso mundo interior.
A razão é como um burrinho e a fé um cavalo alazão.
Este burrinho nos carrega pelas cercanias deste mundo físico, porém chega um dia que temos de apear deste e montarmos no cavalo alazão da fé, só ele pode nos levar aos domínios do espírito.

A razão vem da mente e é sobre o mundo.
A fé vem do Eu interior e é nosso guia.

Da mente vem a razão – o conhecer.
Do Ser vem a fé - o crer.

Para a razão quanto mais se dá menos se tem.
Quanto mais se tira com menos se fica.

Para a fé é o contrário.

Quanto mais se dá mais se tem.
Quanto mais se tira com mais se fica.
Aqui, o pobre em espírito sente o Pai e vive Nele!




Otimismo

Otimismo é a disposição para encararmos as coisas pelo seu lado positivo e esperar sempre por um desfecho favorável, mesmo em situações muito difíceis.

É o oposto de pessimismo.

A oposição entre otimismo e pessimismo é seguidamente evocada pelo "dilema do copo":
Se ele é preenchido com água até a metade de sua capacidade, espera-se que um otimista diga que ele está "meio cheio" e que um pessimista reconheça um copo "meio vazio".

O Otimismo nada mais é do que a fé em ação!

É uma tendência interior de ver tudo bem, tudo perfeito!

***








- CAPÍTULO DEZ -
Estar sempre no Aqui e agora

O único lugar em que a dimensão sagrada pode ser encontrada é no Aqui e agora, por mais que a procuremos no passado ou no futuro jamais a encontraremos, acaso pode se encontrar uma gota de água em um poço seco?
O Aqui e agora é onde o tempo e o espaço se tocam!
Um complementa o outro e o que existe é apenas o Eu!

Existe o espaço?
Ele só existe se houver um objeto físico nele, do contrário é apenas uma abstração da mente. Se não houvesse os planetas, as estrelas, os sistemas, as galáxias ou qualquer objeto no espaço, como seria o espaço? Existiria? Ou não existiria?

Existe o tempo?
Ele só existe porque há o movimento destes objetos físicos nele, do contrário seria apenas uma abstração da mente. Se não houvesse os planetas, as estrelas, os sistemas, as galáxias ou qualquer objeto no espaço, como seria o tempo? Existiria?

Na eternidade não há o tempo, ele seria inútil.
No infinito não há o espaço, ele também seria inútil.

Presta bem atenção!

A mente sempre está ou no momento passado ou no momento futuro, ela divaga indo e vindo.
Já o Eu está aqui neste momento, sempre esteve e sempre estará Aqui e agora.

Estar sempre no momento presente esta é a questão!

O passado e o futuro partem sempre da consciência no Aqui e agora.
A Verdade esta no Aqui e agora, na eternidade.
A mente vive no tempo e espaço, ela usa a razão como guia neste mundo físico.
Faça do momento presente o principal foco de sua vida e não um meio para um fim.
Existe vida somente neste momento.
A Consciência existe no eterno Aqui e agora.
O passado e o futuro são criações de sua mente. É uma ilusão que te aprisiona e te faz refém com o seu consentimento, isto é um fato!
O passado e o futuro estão na sua mente. Através dos pensamentos e da imaginação o homem cria sua própria realidade, seu próprio mundo, sua própria prisão!
A distância entre o Eu e o ego é de apenas um pensamento, se no Aqui e agora não houver este pensamento, os dois se fundem em um só, o ego que é ilusão desaparece e o Eu que é a Verdade permanece e há a luz, a consciência clareia, a paz permanece, o silêncio reina e separa-se o joio do trigo.



O silêncio

"Os pensamentos brotam do silêncio, porém um milhão de pensamentos jamais poderá descrever o silêncio"

A Paz é o silêncio!
Não o primeiro, mas sim o segundo silêncio!
O primeiro se ouve com os ouvidos já o segundo com a consciência. Aqui, nem mesmo teus pensamentos são ouvidos!

A Bem-Aventurança é o silêncio.

Estar no silêncio é viver na luz de Deus.

Do silêncio emergem as palavras.

No silêncio está a sabedoria.

Sabedoria é a palavra sem a palavra.

Sabedoria é o entendimento sem palavras.

No silêncio está o Ser.

No silêncio o vazio.

No silêncio o espaço.

Deus no silêncio.

Do silêncio vieram as palavras, das palavras as idéias e o entendimento.

Do pensamento (palavras ditas a si mesmo) surgem as idéias e o entendimento.

Do silêncio em cada um surge o entendimento, a compreensão.

Busca a fonte dos pensamentos e encontrarás o Ser.

O Ser está no silêncio.

O Ser é o silêncio.

Simples! Tão simples! Até uma criança compreende!

***








- CAPÍTULO ONZE -
Sutilizando o ego



E Jesus respondeu-lhe: O primeiro de todos os mandamentos é: Ouve, Israel, o Senhor nosso Deus é o único Senhor.


Amarás, pois, ao Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu entendimento, e de todas as tuas forças; este é o primeiro mandamento.

E o segundo, semelhante a este, é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo. Não há outro mandamento maior do que este.”


O amor e a compaixão!

É importante saber o que é compaixão, algumas vezes pensamos que é pena, mas isso não é compaixão. Compaixão é o senso de preocupação, mais do que isso, é a noção clara de que todos os seres têm exatamente o mesmo direito à felicidade. Essa compreensão é que nos traz a compaixão.
Qual é o benefício da compaixão? Ela nos traz força interior.
Quando se pensa em compaixão por outras pessoas, alguns perguntam se isso não seria sinônimo de auto-sacrifício. Não, não é. Por que não se deve ser negligente em relação a si mesmo

Podemos questionar se o valor da compaixão, de um coração compassivo é universal. Acredito que todos os seres humanos têm o mesmo potencial.

Que haja amor, compaixão e paz entre todos os seres do universo!

Ao aprofundar nossa compreensão da existência, abrimos a porta que leva à compaixão. O desenvolvimento de uma consciência da dor e da ignorância que nós, bem como os outros, vivemos, estimula simpatia e, depois empatia. Esse interesse pelos outros inspira um sentimento de amor - um amor que perde suas ligações com os nossos conceitos e sentidos, um amor que é sem sujeito nem objeto.

O amor a Deus é o primeiro e o maior dos mandamentos
O amor ao próximo, junto com o amor a Deus, resume a Lei e os Profetas.



A oração

Ela nos torna humildes e pequenos diante de Deus.
Oração é a comunhão entre você e Deus.
Deus tão grande e infinito se fez presente em cada um de nós e o egoísmo só nos afasta de sua presença e da Verdade.
Dobrando os joelhos e orando, nos fazemos pequenos e conversamos com Deus.
Abrimos nosso coração e derramamos as lágrimas do arrependimento e nos fazemos pequenos.
E Ele nos ouve.
E perdoa todas as nossas faltas.
E nos mostra quem realmente somos.
E há o silêncio.
E há a Paz.



Oração de São Francisco

Senhor, fazei-me instrumento de vossa paz.
Onde houver ódio, que eu leve o amor;
Onde houver ofensa, que eu leve o perdão;
Onde houver discórdia, que eu leve a união;
Onde houver dúvida, que eu leve a fé;
Onde houver erro, que eu leve a verdade;
Onde houver desespero, que eu leve a esperança;
Onde houver tristeza, que eu leve a alegria;
Onde houver trevas, que eu leve a luz.
Ó Mestre, Fazei que eu procure mais
Consolar, que ser consolado;
compreender, que ser compreendido;
amar, que ser amado.
Pois, é dando que se recebe,
é perdoando que se é perdoado,
e é morrendo que se vive para a vida eterna.

***







- CAPÍTULO DOZE -
Realizar o EU, o despertar

"Há setenta mil véus entre você e Eu, e não há qualquer véu entre Eu e você."
Alcorão
Há setenta mil pensamentos entre você e Deus, e não há qualquer pensamento entre Deus e você.
Há setenta mil conceitos entre você e Deus, e não há qualquer conceito entre Deus e você.
No segundo silêncio os véus entre você e Deus desaparecem! Esta é a lei e os profetas!

Presta muita atenção!

Quem é que pensa os seus pensamentos?
Se for você que pensa os seus pensamentos, antes de ser pensado, já se sabe o que será pensado, então por que pensar?
Se você não soubesse o que seria pensado então não seria você! Você sabe o que vai pensar!
Fique apenas na cognição do que seria pensado e então perceberás que o pensador é você, mas também não é você!

Você não é os seus pensamentos, nem sua mente, você é o pensador, mas mesmo este pensador ainda não é você, você é o silêncio, o espaço de onde surgem seus pensamentos.

O pensar se torna um hábito do Ser, sem o pensar parece que vai deixar de existir, desaparecer.

Mas é justamente ao contrário - sem o pensar há o renascimento.

No espaço entre os pensamentos nos encontramos!

O Ser já existe, sempre existiu!
Quando desaparecerem um a um todos os conceitos que você criou aí o perceberá!
Cada conceito é um véu que encobre a verdade de si próprio.

A Verdade não pode ser alcançada com a mente. Primeiro se dispa do homem velho, sua mente, e então encontre a Verdade e será tu mesmo a própria Verdade!

Mas não é estranho que o "Eu" deve ser procurado pelo "eu"? Se for um, por que deve se procurar a si mesmo?
Este é o enigma a ser desvendado!
É um paradoxo, o eu deve encontrar o Eu!
Por mais incrível que possa parecer, a solução é tão simples quanto à brisa que sopra em uma manhã de inverno.

Um paradoxo!

Há dois eus?

Existe apenas um único eu!
Um é real, o Eu, o absoluto.
O outro é uma ilusão, o ego, o relativo.

As palavras não podem explicar.
Apenas o silêncio pode te ensinar isto.
Escuta o silêncio! Ouça seus murmúrios e ele te ensinará!

Como é grande o milagre de Deus!!!

Tão simples e ao mesmo tempo tão complexo!

Despertar nada mais é do que dar um passo para trás, e deixar o ego em sua frente e perceber que ele é uma grande ilusão!

Mas quem é que deu o passo para trás?

Se o ego fosse real, quem o estaria observando?

Quando se encontra a Verdade se percebe que já a conhecia antes.
Já era dono da mina e não sabia, ou melhor, não sabia que sabia.

Os mistérios de Deus!
Tão grandes, porém tão simples e  tão sutis.

Primeiro, tens de te tornar pequeno, simples, humilde.
Você deve ter uma experiência direta com seu Ser!
Nas três Verdades: no pensar, no falar e no agir,

Permaneça no silêncio. Na quietude tudo entra em harmonia.

Para se tornar a Verdade deve-se purificar a mente e renunciar ao ego.

Isto é obtido percebendo que você não é a sua mente, mas está identificado com sua mente.

No intervalo entre dois pensamentos, no silêncio, está o Ser!

Realizar o Ser é tão simples quanto estando em um pomar, esticar as mãos e apanhar uma maça ou uma laranja.

Realizar o Ser é tão difícil quanto estando aos pés dos Himalaia, realizar a subida e alcançar o seu topo.

Só depende de você, de sua entrega nas mãos de Deus! Somos seres incríveis e poucos se dão conta disto.

Valores como a verdade, a justiça, a paz, a fraternidade, o perdão, a liberdade, a alegria, a dignidade da pessoa humana são imprescindíveis.

O Eu é eterno e completamente revelado, completamente livre. As palavras não podem revelar o que já está revelado desde o primeiro princípio! No espaço entre as palavras, aí sim, Ele pode ser revelado.

Escuta o silêncio, só ele pode te dizer quem és.

Então, você vai se tornar aquilo que já é!
O Despertar é remover a mente, eliminar os pensamentos e ser apenas o Ser.

A Verdade é verdadeira independentemente do fato de eu concordar com isso, de eu aceitar e obedecer, ou rejeitar e contestar, ela simplesmente é, independente do que se pense sobre Ela.
O que Ela é não muda e nem se altera pelo simples fato de se criar mil conceitos sobre Ela. Ela continua aqui, só esperando cada um encontrá-la.

Deus não é o complexo e sim o simples! Esta é a chave!

O sol está lá no céu. Mesmo que você feche os olhos, ele continua lá. Mesmo que venham as nuvens e o encubra, ele continua lá.  Mesmo que aqui seja noite ele continua lá. Não importa o que aconteça, ele continua lá. Sempre esperando para te aquecer, afinal esta é a sua sina, este é o seu sentido de Ser!

Este é um conhecimento negativo, ou seja, este "conhecer" não está no mundo do intelecto e da mente, jamais esteve, mesmo que se procure e estude por milhares de anos, o homem não chegará a esta iluminação se não se desprender da mente e do intelecto.
Este "conhecer" está bem além da mente e do intelecto. Pode um cego distinguir o vermelho do azul? Pode o surdo separar um dó de um fá? Pode a mente saber onde é fim do infinito e o que tem mais além?
A razão jamais conhecerá a Verdade, no entanto, ela convive com a Verdade a cada momento, a cada instante de nossa vida. 
A fé, sim, esta percebe a Verdade, esta sabe o que é a Verdade! Todos nós sabemos o que é a Verdade de que Cristo falou, nós a vivemos em cada instante de nossas vidas, uns mais outros menos, porém não sabemos que sabemos.

É um paradoxo e tem solução!

É um paradoxo, porém é assim que é. 

Vivemos mergulhados na Verdade e mesmo assim não damos conta de sua existência. Para vermos a Verdade temos de ser pequenos, humildes, simples e seguirmos o exemplo do Pai, que na sua magnitude se fez presente em nós, soprou seu espírito sobre todos. Ele está em cada um de seus filhos!

A Verdade, quão vasta, quão bela Ela é.

Entrega-te pra Deus de corpo e alma!

Se jogue em seus braços!

Confie Nele!

Só Ele sabe do que você necessita!

Tal qual a criança confia em seus pais, confie nele!


“Naquele dia conhecereis que estou em meu Pai, e vós em mim e eu em vós.”
 João 14:20

***





 - CAPÍTULO TREZE -
Atos da Verdade

O diamante

“Conta a lenda que em um dia de verão, já à tardinha quando o sol estava se pondo atrás do horizonte um velho sábio andante chegou aos arredores de certo povoado e aí encontrou um bom lugar para passar a noite  bem debaixo de uma grande árvore.
Assim que estava se acomodando para fazer o desjejum da noite escutou um barulho de passadas, virou-se e observou vindo correndo em sua direção e proveniente do povoado um rapaz todo ofegante.
Mal se aproximou e já foi falando:
- Senhor, me dê o tesouro! Dê-me aquele tesouro!
- Que tesouro? Perguntou o ancião.
Agora já mais calmo o rapaz sentou-se em frente ao velho homem e explicou:
- Algum tempo atrás tive um sonho e nele vi um homem que me disse que uma grande riqueza esperava por mim. Que eu procurasse debaixo de uma grande árvore ao pôr do sol, e que um velho sábio me daria um grande tesouro, que me faria o homem mais rico de toda a terra! Desde aquele sonho sempre ando observando as árvores por perto e vendo se encontro alguém embaixo delas. Até hoje isto nunca aconteceu. Agora a pouco caminhando de volta pra casa olhei sem querer nesta direção e vi o senhor sentado aqui bem debaixo desta grande árvore e lembrei-me do sonho e sai correndo nesta direção.
- Será o senhor que me dará meu tesouro e ficarei muito rico?
O sábio coçou a cabeça, pensou um pouco e foi até sua bolsa e retirou um pequeno objeto e disse:
-Aqui está seu tesouro, creio que seja disto que está falando, a encontrei há algum tempo quando fazia a travessia de um rio não muito longe daqui. Tome, pode ficar para você. É sua!
Dizendo isto, entregou uma pedra ao rapaz que ficou muito surpreso, a agarrou, e notou que se tratava de uma pedra preciosa, era um enorme diamante, muito brilhante e transparente.
Estava rico, seria o homem mais rico da região com certeza.
Agradeceu ao velho e saiu correndo em direção ao povoado.
Veio a noite, e o rapaz foi dormir e nada de vir o sono. Virava de um lado, virava do outro na cama e nada do sono vir. Levantou-se e foi tomar um copo de água e nada do sono vir. Passou a noite em claro com sua mente matraqueando e conversando consigo mesma!
Quando amanheceu o dia, saiu correndo e foi ver o velho homem novamente.
- Senhor, senhor!!
- Fiquei muito feliz pela pedra que me deu ontem à noite. Quase não agüentei de tanta felicidade. Mas eu quero que me dê outra coisa também.
- Outra coisa, o que mais você quer? Já lhe dei tudo o que tinha, sou apenas um velho homem que anda por este mundo sem ter sequer um teto para se abrigar. A única coisa de valor que carregava comigo era esta pedra, não tenho mais riqueza nenhuma comigo. O que mais quer de mim?
E sorrindo o rapaz disse:
-Eu quero que me dê essa riqueza que tornou possível o senhor se desfazer de algo tão valioso como aquele diamante tão facilmente, sem apego algum!
E o sábio deu um grande sorriso. Havia encontrado o discípulo que tanto procurava”

A Verdade é esta riqueza!

A Verdade, a iluminação espiritual é a maior realização que uma pessoa pode ter em sua vida.

É a maior riqueza que poderá ter, maior que o maior diamante que existe sobre a terra.

É uma viagem épica, uma jornada fascinante em busca do segredo da vida. Um caminho real e verdadeiro.

É uma fascinante e maravilhosa viagem que todos teremos de realizar um dia.

É a solução do paradoxo do eu procurando o Eu.

A grande busca chega ao fim, as afirmações do ego já tem pouco efeito em sua consciência.

O ego já se tornou muito sutil, quase transparente.

Os pássaros que voam no espaço da consciência agora são poucos, vez ou outras somem por completo.

A fé aumenta, o silêncio e a paz também...

Depois da grande gestação, tem de acontecer o parto. É chegada a hora de nascer novamente.

Neste momento já realizamos as três verdades: No pensar, no falar e no agir. Há o equilíbrio entre o pensar, o sentir e o agir.

Neste momento o ego está se esvaindo...

Já se é pobre em espírito.

Olha para tudo sem os desejos do ego.

Vai para fora de si mesmo, porém retorna ao centro, seu Ser, seu lar.

Os Atos da Verdade são uma chacoalhada em nosso Ser, pegar nos ombros com as duas mãos e dar uma grande sacudida para acordar deste sono de esquecimento e ignorância!

Não leia apenas as palavras, elam nutrem a razão.
Leia nas entrelinhas das palavras, elas sim, podem te despertar!

Procure a cognição, o entendimento delas no silêncio de teu Ser!
Esta luz clareia de dentro para fora.

Não use os pensamentos ou o intelecto, será inútil!
Não pense a respeito, será inútil!
Não crie teorias a respeito, será inútil!
Não filosofe a respeito, será inútil!
Não procure sentir a respeito, será inútil!
Não procure teorizar a respeito, será inútil!
Não confabule com outros, será inútil!
Não procure no passado ou no futuro, será mais inútil ainda!
Procure no silêncio por algo que já tem que já possuí, mas que não dá o devido valor, por achar simples demais!

Escute sim o silêncio de sua alma, só ele que poderá te dar a resposta a este mistério, ao mistério da vida!

Leia cada Ato e apenas no silêncio de sua alma encontrará o entendimento!

Todos os Atos da Verdade são rios que deságuam em um mesmo e único oceano. Cada um parte de uma direção, mas todos apontam para o centro de si mesmo.

 “Todas as palavras brotam do silêncio, porém um milhão delas não pode descrever o que é o silêncio!”

Aqui são dadas as respostas, cabe a você fazer as perguntas! Lembra? Este é um conhecimento negativo! Vai em sentido contrário à razão! A Verdade pertence ao mundo da Fé!

*




Ato - 1
A Atenção

Dar atenção a algo é olhar e perceber o que está em nossa frente com o olhar.
A Atenção a qual nos referimos é o foco da consciência, olharmos com os olhos da consciência. Com os olhos do espírito, de nossa alma.
Quando você dá atenção a algo, foca sua energia nisto e tem-se a experiência disto.
Focar a atenção em um objeto físico é perceber o objeto na consciência.
Focar a atenção no Eu é perceber a si mesmo como consciência, como centro desta magnífica circunferência do existir!

O que é vida?

O que é consciência?

Guie sua Atenção para o centro do seu Ser!
Sem preocupações, planos, necessidades, apegos.
Dê atenção ao Eu e ele será a experiência.
Na mente o mundo se torna trino - há o conhecedor, o conhecimento e o objeto conhecido.
No Eu o mundo é uno - O Conhecedor, o conhecimento e o objeto conhecido se fundem e há apenas um, o Eu, o Ser.
Olhe para tudo e não julgue nada.
Mantenha a Atenção no Ser.
A Atenção deseja ir onde a ação está, onde a mente está criando a ação.
Sinta a vida pulsando, a existência simplesmente existindo.
Não seja isto ou aquilo, simplesmente seja.
Nada mais!

*






Ato - 2
O Aqui e agora

A porta de entrada para se perceber nosso Eu está no Aqui e agora, no eterno presente!

De nada adianta tentar encontrá-lo no futuro ou mesmo no passado, lá é o território da mente e ela não tem a resposta a esta questão. O relativo não tem respostas para o absoluto!

Procure manter-se sempre no presente, não deixe a mente te levar para o passado, remoendo o que já foi feito, sofrendo pelo que já foi sofrido, alegrando-se pelo que foi alegre, sorrindo pelo que já foi um sorriso.

Mantenha-se sempre no Aqui e agora, não divague pelo futuro, não sofra pelo que ainda não aconteceu não se martirize pela dor que vai doer, não comemore agora uma alegria que terá mais adiante, não sorria por uma felicidade que terá amanhã.

Sorria, mas sorria por uma felicidade que tem agora!

Se chorar, chore por uma tristeza que tem agora!

A vida acontece só no Aqui e agora.
Dizem alguns que ainda estamos no primeiro dia da existência!

Viva sempre o presente, ele é real. Suas tristezas e suas alegrias no presente são verdadeiras e reais.

*





Ato - 3
A função do pensamento

Mas, quem nos ensinou a pensar?
Aprendemos sozinhos ou o pensamento é apenas um eco do falar?
Sabia que cada pessoa pensa em seu próprio idioma? Nós pensamos em português, nos Estados Unidos e Inglaterra em inglês, na Itália em italiano e na China em mandarim! Quem sabe vários idiomas geralmente pensa apenas em sua língua natal! Por que isto?

São mais de 6.700 línguas diferentes pelo mundo afora.

Tantas línguas diferentes, porém um só entendimento!

Tantas línguas, todas são convertidas na linguagem interior do entendimento!

Uma mesma frase dita nestas milhares de línguas criará uma mesma compreensão!

E qual é a língua do entendimento?
Qual é o idioma do entendimento?
Qual foi o primeiro idioma criado?
Qual é o idioma para conversarmos conosco mesmo?
Precisa haver um idioma do entendimento?

Eu falo e eu escuto o meu falar.
Eu penso e eu escuto o meu pensar.

Há um que pensa e outro que escuta este pensar?
Ou o que pensa é o mesmo que escuta o pensamento pensado?
Qual o ouvido que escuta seus pensamentos?
Qual o som de seus pensamentos?

A função das palavras é de transportar entendimento de uma pessoa para outra. Depois que transferiu este entendimento ela desaparece como bolha de sabão.
Mas fica o entendimento!
E basta!

E qual a função dos pensamentos?
De transportar entendimento de uma pessoa para outra?

Mas, espera um pouco!

Por que eu vou transferir conhecimento de mim para mim mesmo? Se eu já sei o que vou dizer para mim mesmo, por que conversar comigo mesmo!?
Acaso antes de pensar não saberei o que será pensado?

Uma criança que ainda não aprendeu a falar, ela pensa?
Ela conversa consigo mesma?
Mas como conversar se ainda não conhece sequer um idioma?


*





Ato - 4
A floresta

Imagine que sua consciência é uma vastidão de terras sem fim.

Imagine que cada pensamento que teve até hoje em sua vida se transformou em uma árvore nesta vastidão de terras e criou uma floresta.

Cada pensamento uma árvore.
Quão grande é esta floresta?

Possuem milhões de árvores?

Milhões de milhões, talvez?

Quais são os tipos de árvores? Pequenas, grandes, frondosas, talvez muitas já secas e mortas?

Sabia que você está bem no centro desta floresta? Não foi você que a criou?

Você se sente perdido nesta floresta?

Ou é feliz em viver entre as árvores do pensar?

Cada pessoa cria uma floresta em si mesmo e depois se perde nela, muitos passam a vida inteira tentando encontrar uma saída e não conseguem.

No silêncio, as árvores, devido à inércia, vão desaparecendo uma a uma, e em pouco tempo já se pode avistar uma saída da floresta de si mesmo!
*





Ato - 5
O labirinto

A mente é um enorme labirinto.

Cada pensamento, criando uma nova parede.

Cada novo conceito, uma nova parede.

Cada novo vício, uma nova parede.

Cada novo desejo, uma nova parede.

Mais um pensamento mais uma divisão, e mais outra e outra...

Cada dia que passa mais e mais paredes vai se formando, tornando este labirinto cada vez mais complexo!

Muitas passagens, muitas divisões dispostas tão confusamente que dificultam cada vez mais achar uma saída!

Tão complexas ficam as disposições das paredes que tornam impossível de sair. Mas como sair?

Quanto maior este labirinto vai ficando, mais difícil se tornando encontrar uma saída.

Quão grande é o labirinto que você criou para si próprio?

Quem te pôs neste labirinto?

Como sair dele?

*





 Ato-  6
A procura

Imagine que você perdeu algo, algum objeto, e precisa dele.
Então vai à sua procura.
Sabe que está no quarto.
Vai até a cômoda e abre a primeira gaveta, vasculha e nada.
Abre a segunda gaveta, remexe novamente e nada de encontrar.
Então, de repente, se lembra que o guardou em uma gaveta de uma escrivaninha lá no canto do quarto.
Vai até lá, abre a gaveta e lá está o que você procura. Pega o objeto, põe no bolso e assim termina a busca.

E os buscadores da Verdade? Aqueles que procuram um sentido para tudo isso que nos rodeia?
Então, eles também partem a procura do objeto perdido.
Procuram aqui, procuram ali, e nada de encontrar a esquivosa Verdade!
Procuram por dias, meses, anos e até décadas e nada de encontrarem a escorregadia Verdade!

Tem um problema!

Mas, espera um pouco!?

Como saberemos quando achamos Ela?

Como se sabe que já achou algo que sequer sabemos o que é?
Temos apenas a sua descrição, porém, achamos que nunca a vimos, mas sabemos que Ela existe!
Quando se procura um objeto, temo-lo na mente e ao vasculhar um lugar saberemos quando encontrarmos este objeto.
Mas como saberemos que encontramos a Verdade? Sequer sabemos o que ela é! Ela não tem uma imagem para sabermos comparar com o que vemos pela frente durante nossa busca!
Espera aí!?

E se já a encontramos?

Como saberemos se já a tivermos encontrado e sequer notado sua presença?

Ela pode estar comigo agora, neste exato momento e eu sequer tenha notado isso!

Será?

Nos momentos de paz em nossa vida sentimos que Ela está conosco, que faz parte de nós. Sentimo-nos no centro de nós mesmos. Porém mais um pouco e algo nos arrasta deste centro e nos tira a paz. Percebemos que não somos o capitão de nosso próprio navio!

E a procura continua...

*




Ato - 7
O ego e casca do ovo

Imaginemos que o ego, a ignorância seja a casca de um ovo e o Eu, sua verdadeira essência está dentro dele, preso e sufocado.

Quanto mais pensamentos, quanto mais nos envolvemos com o mundo, mais grossa fica a casca do ovo e mais sufoca o Eu.

Quanto mais conceitos criamos, mais expeça se torna a casca do ovo e mais difícil se torna a libertação do Eu.

Quanto mais simples e humilde nos tornamos, mais fina vai ficando a casca do ovo.

Os desejos vão se extinguindo e junto com eles nosso ego.

A casca do ovo da nossa personalidade se torna cada vez mais fina mais tênue.

Os véus que encobrem a Verdade vão sendo retirados um a um.

E chega a hora que uma simples bicada de compreensão perfura a casca da ignorância e percebemos que mais um pouco e seremos livres.

E chega o dia em que o Eu rompe totalmente esta casca e se encontra livre!

E sorri!

Sente a brisa do sopro de Deus em sua face...

Sente a firmeza do chão em seus pés...

Sente a vida palpitando em seu coração...

Sente a liberdade olhando para o horizonte infinito...

Sente a paz no silêncio de si mesmo...

E compreende quem é...

E sorri...

*





Ato - 8
O espaço vazio e a mente

Imaginemos que nossa consciência seja um espaço vazio e nossos pensamentos são pássaros voando neste espaço vazio.
Quanto mais pensamentos mais pássaros e maior o nosso ego.
Quanto menos pensamentos - menos pássaros e menor o nosso ego.
Pensamentos positivos serão pequenos beija-flores.
Pensamentos negativos serão enormes urubus.
Em momentos de grandes turbulências em nossa vida, nossa mente fica repleta de pensamentos e cada pensamento, um urubu a mais neste espaço. Pode chegar a ser um caos, urubu se esbarrando em urubu. Aí se está a um passo para a loucura, que nada mais é que o rompimento com a realidade, o conflito máximo entre a razão e a fé!
Em momentos de tranqüilidade, nossa mente com poucos pensamentos, e poucos beija-flores voando neste espaço.
Em momentos de grande paz, só o silêncio existe, nenhum pássaro voa no espaço de nossa consciência.

Agora, uma pergunta:
O que é eternamente existente, os pássaros ou o espaço em que eles voam?
Os pássaros nascem e morrem e o espaço em que eles voam continua lá! Os pensamentos vêm e vão e o Eu sempre lá!

Os pássaros podem existir sem o espaço que os comportam?

O espaço continuar existindo mesmo sem os pássaros?

O Eu cria os pensamentos.

O que é eternamente existente, o Eu ou os pensamentos?

A mente com todos seus pensamentos podem existir sem o Eu?

Pode o Eu continuar existindo mesmo sem os pensamentos?

Se a mente só existe quando existem pensamentos, então sem eles não existe mente! Ela não é real, apenas um eco da fala! Só isto!

Nós continuamos a existir, somos a consciência. Mesmo sem os pássaros, o espaço vazio continua existindo.

Assim é!
Assim sempre será!

*





Ato - 9
O morto

Um corpo vivo.

Um corpo morto.

O que o corpo vivo tem que o morto não tem?

A vida!

E o que é vida?

É energia, luz, consciência, paz, espírito.

Creio que todos já estiveram em um funeral e estiveram ao lado de uma pessoa morta. O que falta neste corpo?

Só temos a presença física, porém a essência que o nutre se foi.

O Eu se foi, porém continua a existir.

Quando da morte física nosso corpo fica sem vida, mas a vida desaparece assim sem mais nem menos?

O sopro divino sai e nós enquanto consciência saímos e seguimos os mistérios da existência.
 Cada um terá a prova por si mesmo. Deste remédio todos teremos de tomar, por este caminho todos teremos de passar!
Mas confiemos na nossa fé que nos diz que o mistério de Deus é insondável e nós participamos dele.

*



Ato - 10
O ego e os óculos

Imaginemos agora que o ego, a ignorância que nos impede de vermos a Verdade seja uns óculos bem em frente de nossos olhos físicos e imaginativos.
Olhamos o mundo e o enxergamos através destes óculos.
As lentes são coloridas, algumas azuis outras verdes. Há as vermelhas e as amarelas. Todas as cores que se possa imaginar, todos os tons e sub-tons e sub-sub-tons, toda a gama de miríades de cores possíveis e imagináveis para as lentes destes nossos óculos.

Nascemos sem eles, somos puros, inocentes, completos.
Dão-nos um nome e quando aceitamos que somos fulano ou beltrano aí colocamos orgulhosos nossos óculos do ego.
Começamos a nos sentir confiantes.

Dão-nos um carrinho ou uma boneca e dizemos: É meu!
Pronto, sem querer criamos o primogênito da ignorância, nosso ego!

A vida vai passando e alguns escolhem cores claras, tons suaves para suas lentes. E vêem o mundo em tons claros e suaves.
Outros preferem cores mais fortes, mais berrantes. E vêem o mundo em cores fortes e exuberantes.
Alguns chegam a exagerar. Preferem lentes escuras, em cores cinza e tons mais escuros. E vêem o mundo, ou melhor, quase não enxergam o mundo.
E assim é.
Todos usam os óculos do ego!

Mas, como é o mundo sem estes óculos?

Se retirarmos estes óculos como veremos o mundo ao nosso redor? Será melhor?

Se fosse uns óculos físicos seria fácil tirá-los, bastaria levar as mãos até o rosto e retirá-los.

Mas e estes óculos do ego? Como podemos tirá-los para que possamos ver esta Realidade que nos cerca?

Jesus, o Cristo usava estes óculos?

E os grandes homens que houveram no passado?

Eles viam o mundo com seus próprios olhos, sem o uso destes óculos?

O que é esta Verdade de que tanto o Cristo falou?

O Mestre Jesus Cristo não os usava, Ele via o Reino dos Céus com os olhos puros da Verdade! E Ele sabia a cor dos óculos de cada um que passou pela sua vida!

Tudo o que ele disse, todos os seus ensinamentos foram ensinando como retiramos estes óculos do ego que impedem enxergarmos a Realidade do que somos!

*






Ato - 11
A ponte

Quão longe você está de encontrar a Verdade?

Se imaginarmos uma ponte em que você agora está de um lado e do outro está você já realizado a Verdade, qual o tamanho desta ponte? Qual a distância entre você e seu Cristo interior?

O tamanho da ponte entre você e a Verdade depende de quantos conceitos criou em sua vida, da proporção de sua mente e de seus sentimentos.

A ponte vai se estreitando e chega uma hora em que ela desaparece e você encontra a Verdade em si mesmo.

Imagine que dentro de você exista uma ponte, de um lado está o ego (você neste momento) e do outro a Verdade (você encontrando a si mesmo), quem você realmente é.
O tamanho da ponte é a quantidade de pensamentos em sua mente. Quanto mais pensamentos, maior será a ponte, quanto menos pensamentos, menor a ponte.
Quanto mais pensamento maior é o tamanho da ponte.
Em dias de turbulências, a mente cria muitos pensamentos e a ponte fica enorme.
Em dias de paz, a mente se acalma, poucos pensamentos e a ponte fica pequena. Uns instantes sem pensar e a ponte desaparece, o ego se funde ao Eu, o ego sendo ilusão some, o Eu brilha intensamente.E há Paz e Bem-Aventurança!

Iluminação Espiritual é desaparecer com esta ponte!
A distância entre o Eu e o ego é de apenas um pensamento.

*






Ato - 12
A reta
Imagine uma linha reta unindo dois pontos quaisquer.
Imagine que no ponto à esquerda está o ego, o ser pensante em você e no ponto a direita está o seu Eu.
Se a reta for pequena podemos visualizar à esquerda seu ego e a direita seu Eu e, ligando os dois, uma linha reta.
Agora vamos encurtando o tamanho desta reta e aos poucos o ego vai se aproximando do Eu. Mais e mais até que se toquem.
Já não existe a reta. Os dois pontos se tocam e se fundem tornando um só.
Aqui existe só a Verdade!
Prevalece o Eu e a ilusão do ego se vai, desaparece.

Agora imaginemos novamente nossa reta, ligando a esquerda nosso ego e a direita nosso Eu.
Imaginemos a reta se expandindo, crescendo.
Aí vemos o ponto ego e o ponto Eu cada vez mais distantes um do outro! Quanto maior a reta mais distante estão entre si.

Será mesmo?

E se uma reta for o segmento de uma curva de raio infinito?
Em um dado momento os dois pontos da extremidade da reta vão se aproximando até se tocar, e a reta se tornará uma circunferência. O ponto ego e o ponto Eu se tocarão e fundirão em um só.
Aqui existe só a Verdade!
Prevalece o Eu e a ilusão do ego se vai, desaparece.
Assim é!
A noite e o dia, um complementa o outro, um não pode existir sem o outro!
Não será a noite apenas um dia escuro? E o dia, não será apenas uma noite clara?

*





Ato - 13
Simplicidade

Deus é a máxima simplicidade!
É o grande oceano de Consciência, Incognoscível, Imensurável, Indecifrável, Absoluto, Completo, porém Simples.

Deus soprou seu espírito em cada um de nós, o próprio Absoluto fez isto! Que grande honra a nossa!

E muitos ainda se acham pequenos e insignificantes!

Se tivermos uma centelha de Deus em nós, então, somos no mínimo uma centelha divinos!

Mas Deus é único e não se divide. Eis o mistério!

Achamos que somos árvores separadas umas das outras, mas não somos não!

Somos todos galhos de uma mesma árvore, e apenas uma única raiz nos nutre, nos sustenta e nos mantêm.

Temos de dobrar os joelhos no chão e nos fazer pequenos e humildes para sentirmos a sua presença.

Quanto mais inflamos nossos egos mais distantes estamos da Verdade, quando eliminamos nosso ego, morrendo para o mundo encontramos a nós mesmos.

Ficamos mais pertinho do Pai!

*







Ato - 14
O conhecedor, o conhecimento e a coisa conhecida.

Estamos em um mundo trino.
Há o sujeito, o verbo e o objeto.
Há o observador, a observação e a coisa observada!
Há o conhecedor, o conhecimento e a coisa conhecida!

Olhando pelos olhos do ego somos o observador, usando o conhecimento, conhecemos a coisa conhecida!

O observador observa o mundo.
Pode o observador ser observado?

Procura o que observa o observador!

Ele é aquele que observa os pensamentos e o silêncio. Sabe quando há pensamentos e quando de sua ausência, o silêncio.

Ele é o objeto de sua procura, Ele é a Verdade que Jesus tanto falou!

O Eu é o único que pode observar a si mesmo.
O Eu é o único que pode iluminar a si mesmo, pois Ele é a Verdade, a presença de Deus em nós!

O conhecedor, o conhecimento e a coisa conhecida devem se tornar Um!

Este é o paradoxo!
Olhando pelos olhos do relativo eu, somos trinos...
Mas olhando pelos olhos do absoluto Ser somos Unos...

Ou seja, tomamos emprestada a consciência de Deus, e nos tornamos seres divinos habitando em um corpo físico.

Isto é a Verdade, silencie os seus pensamentos e mergulhe Nela.

É um fato que não é apenas saber que existe uma Verdade que liberta, mas é o experienciar Ela que nos liberta.

Quando estamos doentes, um remédio pode nos curar e de nada adianta saber que ele existe e ficar simplesmente observando-o e esperando a cura. Temos de tomá-lo e esperar o resultado da cura.

O remédio e nosso corpo se tornam Um para que possa fazer efeito.
Do mesmo modo é a Verdade! Quando a conhecemos, passamos a vivenciá-la, Ela penetra em nosso Ser, nos envolve, clareia nossa consciência e nos liberta, nos dá a paz e a compreensão.

Para conhecer a Verdade tem de haver uma ação real e interior da pessoa. Uma realização intuitiva da Verdade!

A Verdade e nossa mente e nosso intelecto tem de se tornar Unos para que se torne a Realidade.

Todas as palavras brotam do silêncio...
As palavras são o ego, a ignorância que te aprisiona...
O silêncio é o Eu, a eterna sabedoria, a eterna paz...

Todo o complexo se originou do simples...
Nunca o contrário...
O complexo confunde, complica, dificulta...
O simples clareia, simplifica, facilita...

Abandone o complexo!
Seja o simples!
*







Ato - 15
A fonte

Em nossa consciência sabemos que o pensamento é real, que ele existe.

É ele quem orienta as pessoas em suas atitudes, quem os conduz a fazer isto ou aquilo.

Então, onde é a fonte de seus pensamentos?

Onde é a origem, o "lugar" de onde eles se originam?

Onde eles surgem, onde eles aparecem?

Se seus pensamentos forem água e correrem no leito de um rio. Onde começa, onde nasce este rio?

Caminhe ao lado deste rio em direção à sua fonte.
       (Faça, realize esta ação na imaginação!)

Procura e encontra esta fonte! Isto só depende de você!

Caminhe nas margens deste rio, siga em direção de sua nascente.

Procura a nascente, se existe a água tem de haver uma nascente, se existem os pensamentos tem de existir uma origem!

Quando encontrar a nascente, encontrará a si mesmo!

(Pense algumas palavras e tente descobrir de onde elas vêm, de onde elas surgem)

*







Ato - 16
Pensar ou não pensar?

Faça uma dinâmica sozinho:

(Leia primeiro e só depois faça a dinâmica, fique em um ambiente tranqüilo e sossegado. É muito importante que você a realize.)

Pense de um à dez.
Isso mesmo faça a ação mental de pensar de um até dez.
Vamos lá, conte de um a dez mentalmente!
Ex.: 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10.


Agora fique sem pensar de um até dez.
Fique com a mente vazia.
Agora fique por um momento sem pensar, de preferência o tempo que você gastou para pensar de um até dez.
Ex.: (                                         ).

Agora pare a leitura e realize a dinâmica pelo menos duas vezes. Só depois continue a ler ,certo?

Isso é muito importante!


Quem pensou de um a dez? 

Quem ficou sem pensar de um a dez?

Este que pensou era você?

E este que ficou sem pensar, também era?

Então você pode pensar de um a dez ou ficar sem pensar (de um a dez) e mesmo assim continuará sendo você.

Então quem é você?

Aquele que observa a mente e os seus pensamentos?

Aquele que observa a presença e a ausência da mente?

Esta é a verdadeira Verdade - você não é sua mente nem seus sentimentos, nem o intelecto, muito menos o corpo físico.
A mente é apenas um instrumento que você usa tal qual uma colher para levar comida à boca!

Ela é um instrumento que serve para auxiliar o Eu a levar a efeito uma ação interior voltada para o mundo interior ou exterior.

Como uma ferramenta ela precisa ser controlada senão te domina e te faz seu senhor.

O que acontece é que muitos não têm uma mente, mas sim ela é que os tem e a isto chamamos egoísmo, sentimento ou maneira de ser dos indivíduos que só se preocupam com o interesse próprio, com o que lhes diz respeito.

Então quem é você?
*






Ato 17
O espelho

Imagine-se bem em frente a um espelho. Um destes de corpo inteiro.
Dê uma olhada em você lá no espelho. Parece igualzinho, o mesmo rosto, os mesmos olhos, a mesma boca, os mesmos cabelos. Quando balança as mãos, lá dentro seu sósia também balança as mãos, se dá uma ida pra lá ele acompanha, se vem pra cá ele vem também. É igual a você e repete tudo o que você faz.
 Quando você abre a boca e fala algumas palavras, ele repete seus gestos, só não se escuta a sua voz, talvez seja mudo! Em volta de seu sósia o ambiente do quarto parece igual ao seu, tudo perfeitamente igual.

Nem tudo.

Já reparou que é tudo invertido? Sua mão direita é a mão esquerda dele, sua perna esquerda é a perna direita dele. Como temos o corpo em simetria bilateral, ou seja, a parte esquerda é simétrica à direita, nosso reflexo no espelho é idêntico ao nosso corpo.

Se você é você, então quem é ele?

Apenas seu reflexo, uma cópia de seu corpo?
Mas você o está vendo, ele é real para sua visão!

Mas sabe que ele não existe, é apenas uma ilusão.

Caso pudesse entrar no espelho, girar o corpo e olhar para ele, o que veria? Um espelho e dentro dele o reflexo de si mesmo?
Então, qual das duas realidades seria a real e a ilusiva?

Na nossa busca pela Verdade aprendemos que não nos conhecemos, simplesmente achamos que nos conhecemos!
Enquanto houver conflitos interiores, realmente não nos conhecemos, isso é certo!
É a busca do nosso eu, na ilusão do ego, pelo Eu verdadeiro, nossa essência.
Mas os dois não são apenas um?
Um real.
Outro uma ilusão.

Como dois podem ser um?

Um mais um é igual a dois! (1+1=2)
Mas, um mais zero é igual a um. (1+0=1)

“Um real” mais “um ilusão” é igual a apenas um real!
“Um eu ego” mais “um Eu real” é igual a apenas um e único Eu!
Matemática pura.

Façamos uma pequena, mas conclusiva analogia:

No espelho há dois, apenas um é real, o outro, mera ilusão.
Em você há dois, apenas um é real outro é ilusão!

No espelho o vidro representa a barreira entre o real e a ilusão.
Em você a mente representa a barreira entre o eu ego e o Eu real.

No espelho, com seus olhos físicos percebe-se o que é ilusão.
Em você, apenas olhando pelos olhos do Eu perceberá que o ego é a ilusão!

Se de repente o espelho sumisse, você seria apenas você, não veria seu reflexo!
Se de repente o eu ego sumisse, haveria apenas o Eu real, o eu ego, seu reflexo, desapareceria junto com a mente!

No seu dia a dia, você olha tanto pelos olhos do eu ego quanto pelos olhos de Eu real. O que precisa é descobrir onde termina um e começa o outro.

A questão é discernir onde em nós está um e outro, achamos que somos o reflexo do espelho, esta é a questão!

Simples, muito simples...
Parece complexo...

Pura água límpida e cristalina.

Deus não criou tramas e tramas para condenar o homem, é ele próprio que se condena sozinho.
Isto é um fato!

Quanto mais força faz para escapar das amarras da vida, mais apertado vai ficando o nó da ilusão.
Deus nunca nos aprisionou, nós é que nos aprisionamos sozinhos, e a maioria gosta desta cela.
Nascemos livres e somos livres!
Só não sabemos disto, ou melhor, nos esquecemos disto!

O Reino de Deus pertence às crianças, pois elas ainda vivem na pureza do silêncio sem a mente e todas as suas artimanhas para esconder nossa natureza divina.

Iluminação Espiritual é desaparecer com o vidro do espelho da dualidade, e com a ilusão que ele produz.

*




Ato - 18
O lago

Imagine-se caminhando nas margens de um lago.

Suas águas são as águas da Verdade.

Então você tem vontade de dar um mergulho nas águas da Verdade para saber como é.
Mergulha a ponta do dedo indicador, sente a água morninha. Depois mergulha as pontas dos pés. Como é bom.

Aí surgem as vozes vindas do ego.

Aparece o medo e diz que é morte certa um mergulho neste lago.

Aparece o egoísmo e diz que este lago não te pertence, mas sim a ele.
Aparece a descrença e diz que este é um lago qualquer, não tem nada de especial.
 
Aparece a inveja e diz que você não merece um mergulho e sim ele.

Tape os ouvidos do seu ego, saia correndo e dê um pulo!

Mergulhe de cabeça neste lago, não tenha medo de suas águas, não tenha medo de encontrar a si mesmo! Se não confiarmos em Deus em quem mais confiar?

Não adianta ficar dando voltas e mais voltas ao redor do lago e adiando para amanhã o mergulho. Hoje não, tenho muito que fazer, amanhã sem falta dou uma mergulhadinha.

Mergulhe já!
O amanhã não existe.
É pura ilusão!

Apenas o eterno Aqui e agora, o eterno presente é que existe!

Depois do mergulho tudo se transforma!

Sinta a sabedoria molhando seus cabelos.

Sinta a luz escorrendo pelos seus olhos.

Sinta a compreensão entrando pelos seus ouvidos.

Sinta a paz molhando seu peito.

Sinta a eternidade umedecendo suas mãos.

Sinta o infinito ensopando seus pés.

Sinta a consciência embebendo todo seu Ser.

Sinta Deus inundando sua alma.

*




Ato final
Quem pensa seus pensamentos?

O pensamento é um diálogo interno, no qual você conversa consigo mesmo.

Você acorda de manhã pensando, toma café pensando, trabalha pensando, conversa com o chefe pensando, almoça pensando, toma banho pensando, janta pensando, conversa com os amigos pensando, vai dormir pensando.

Só mesmo uma bela noite de sono para se ver livre dos pensamentos que não param de vir à tona no oceano da consciência!

E amanhece outro dia e tudo se repete, num infindável acorde de um instrumento que te domina, apesar de achar que é você que está no controle.

Os pensamentos vêm um atrás do outro, numa infindável maratona mental.

Eles vêm e vão e você acha que está no controle. Será mesmo?

Se tivesse um diário e anotasse cada pensamento que tem durante o dia, quantas páginas encheriam? Uma, duas, dezenas talvez? Durante um mês, daria para criar um livro?

É assim com a maioria das pessoas, passam a vida inteira pensando e afirmando seu ego, uns mais outros menos. Uns pensando tanto, criando tanta realidade para si própria que chega uma hora que não agüentam mais e preferem deixar o palco da vida em busca de um pouco de paz e sossego delas mesmo.               

Então, quem pensa os seus pensamentos?
(Realize esta ação: Agora pense, pense muito, grite em seus pensamentos, grite muito e então pare e fique em silêncio).

Presta muita atenção!

Se for você que pensa seus pensamentos, então quer dizer que antes de ser pensado, você já sabe o que será pensado, então fique no silêncio da consciência, tendo a cognição do que vai ser pensado, mas sem que venham a nascer os pensamentos na sua consciência.

Isto é muito sutil!
Aguça sua atenção!

Se for você que formula os seus pensamentos então é o único que sabe do que se trata, não traga para a mente, não os transforme em "palavras da mente", saiba simplesmente, tenha a cognição sem a verbalização mental.

Se você sabe o que vai pensar, pra que pensar, fique no não pensar, no silêncio!!

Isto é muito sutil!

É o segundo silêncio.

Esta é a fronteira entre o Ser e este mundo manifestado.

Esta é a fronteira entre o eu e o EU.

Aqui é onde o Eu Verdade percebe o eu ilusão!
Aqui é onde o espírito percebe o ego!

É como olhar-se no espelho e ver-se do outro lado alguém igualzinho a você só que está do outro lado do espelho, em um mundo real para a visão, mas irreal para o tato!

Aqui você percebe o que é esta tão falada por nós – A Verdade.

Não há segredos, Ela sempre esteve aqui, aguardando e esperando ser vista, sabe Deus quanto tempo!

Esta é a linha onde nascem os paradoxos!

Aqui é a linha onde nasce o silêncio e de onde surgem os pensamentos, a mente e o ego!

Neste espaço de silêncio está contido o Ser.

Deste ponto, nasce a circunferência de raio infinito da sabedoria da Deus.

No silêncio deste espaço infinito está a eternidade de Deus.

O silêncio é tal qual uma folha em branco. Nela se escreve o que quiser, até mesmo nada.

Mas afinal de contas, quem pensa seus pensamentos?

***







- CAPÍTULO QUATORZE -
Iluminação Espiritual – A Verdade

A mulher chorona.

“Havia em uma aldeia uma senhora que todos a conheciam por "mulher chorona", pois todos os dias, chovendo ou fazendo sol, sempre estava chorando. Ela vendia comida na rua, e um monge sempre passava por ela quando ia ao templo para os rituais.
Um dia, curioso, ele parou e perguntou:
- Sempre que passo por aqui, seja em belos dias ensolarados, seja em tranqüilos dias chuvosos, vejo a senhora chorando. Por que do seu choro?
Então ela respondeu:
- Tenho dois filhos, um faz delicadas sandálias, o outro guarda-chuva. Quando faz sol, penso que ninguém comprará os guarda-chuvas de meu filho, e ele e sua família vão passar dificuldades. Quando chove, penso em meu filho que faz sandálias, e que ninguém vai comprá-las. Então ele também vai ter dificuldade para sustentar sua família.
O monge sorriu e disse:
- Mas, a senhora deveria ver as coisas de outra maneira. Veja bem, quando o sol brilha, seu filho que faz sandálias venderá muitas delas e isso é muito bom! Quando chove, seu filho que faz guarda-chuvas venderá muito, e isso é também muito bom!
A velha olhou-o com alegria e exclamou:
- Pensando bem, não é que você tem razão!
 Desde então a velha senhora passou todos os dias, chovendo ou fazendo sol, sorrindo feliz.”
Conto Zen



A verdade não pode ser compreendida com a razão, pois ela está além da razão. A razão é como olhos que observa algo que está separado dela.
Na percepção da Verdade, o Ser observa a si mesmo, o observador observa a si mesmo, olha para dentro de si e se vê.

O Trino se torna Uno!
O tempo e o espaço deixam de existir! Se é que existem.
Três menos dois igual a Um.
Menos o tempo (passado e futuro) e menos o espaço (que contem o tempo) sobra o Eu, nosso Ser, o sopro divino de Deus em nós.

Usamos o tempo e o espaço, porém não somos do tempo e do espaço.

Tão profundo.
Tão simples.

Simples, agora, olhando pelos olhos do Eu.
Complexo e impossível olhando pelos olhos da mente.
Por isso o Reino dos Céus pertencem às crianças, como Jesus falou! Elas ainda não formaram a mente e o ego.

Toda resposta está contida na própria pergunta!

Aqui ocorre a percepção da Verdade. Encontramos o tesouro que procurávamos.

A intuição da Verdade não depende da mente nem da intelectualidade, mas sim na eliminação destes.

A Verdade não é entendida por uma atividade intelectual, analítica.

Perceber a Verdade é o único modo de ficar livre do sofrimento e da tristeza e mergulhar no oceano da Paz e Bem-Aventurança.

Temos de deixar a noite da ignorância e vivermos no dia da Sabedoria!

Então reconheceremos a Verdade intuitivamente!
A vida é um grande milagre e sempre fizemos parte deste milagre.
Quantas vezes achamos que não éramos ninguém e que estávamos sozinhos.

A Verdade pode ser comparada ao tempo, todos sabem que ele existe, mas ninguém pode vê-lo ou pegá-lo, nem senti-lo. Mas sabemos que ele está lá, que ele está contido no espaço que vai daqui até o fim do infinito e mais além...

A Verdade pode ser comparada ao espaço, todos sabem que ele existe, mas ninguém pode vê-lo nem pegá-lo, nem senti-lo. Mas sabemos que ele está lá, que vai daqui até o fim do infinito e mais além...

O Eu percebe o tempo e o espaço. Ele os observa.
O tempo e o espaço são sutis, mas O Eu que os observa é mais sutil ainda.

Ambos, tempo e espaço são as vasilhas onde está contida a Verdade. São seu suporte e sustentação.

Poderia existir um lugar onde o tempo e o espaço não existam?

A Verdade pode ser percebida e experienciada!

A Verdade nunca poderá ser entendida, ela está fora do âmbito da razão.

A Verdade é como um lago cheio de água, para nadarmos não basta ficarmos em sua margem apenas olhando, temos de pular na água e ela nos envolver e assim nadarmos.

A Verdade é como um lago, para nadar não basta nosso Espírito ficar em suas margens só imaginando como se nada, Ele tem de mergulhar em suas águas e sentir a presença de Deus o envolvendo e dar grandes braçadas em direção ao seu destino.

A Verdade é o renascer em Cristo.

Todos os pensamentos caíram no oceano da consciência.

Já não há motivos para existir o pensador.

A Consciência está no silêncio...
Mas a Consciência não é o silêncio?

E o que é o silêncio?

O espaço pode existir sem os pássaros, porém os pássaros não podem voar sem o espaço.

Parar o diálogo interno, parar de conversar consigo mesmo, aqui está o reconhecimento intuitivo da Verdade!

Saber o que é o milagre da vida, saber que estamos participando deste milagre, somos os atores no palco do mundo.

Mas a porta da cela em que eu achava estar preso desde o primeiro dia de minha prisão sempre esteve destrancada, se ao menos tentasse abri-la iria perceber isso!

Estando no Ser, no centro de si mesmo, se percebe a imortalidade, o corpo morre, mas o Eu jamais morrerá.

Como é grande o milagre de Deus!

Como é simples a Verdade que tanto Jesus falou!

Eu continuo sendo eu mesmo, porém já não sou eu mais.

Sei quem sou agora, conheço o milagre da vida!

Que Paz é esta que sinto!

Que silêncio!

 Que Bem-Aventurança é esta?

Vivia na ilusão, como não pude perceber isso? 

Sou agora o que já era, porém olho o mundo pelos olhos da Verdade em mim!

Oh maravilha!!

O mundo mudou, já não é mais o mesmo! Agora sei como é o Reino de Deus!

Sempre pensei que era isolado dos outros, uma personalidade única, agora sei que sou Um com o Cristo em mim. Sou a presença viva de Deus em mim.

Nossos corpos são os galhos da grande árvore da Vida, porém todos os galhos convergem para um mesmo tronco e é uma mesma raiz quem nutre a todos.

Palavras não descrevem o que sinto!

Neste Reino é o silêncio entre as palavras que o descrevem.

Entreguei-me, me desfiz, me abandonei, morri.

 Morri para a ilusão e agora encontrei a Verdade.

Ela sempre esteve ao meu lado, esperando eu pedir a sua presença.

Como Ela é simples, como Ela é bela!

Oh Senhor, graças vos dou pelo dom da Vida!
Oh Senhor, sempre estivestes ao meu lado!
Oh Senhor, como é simples e bela sua Verdade!

***





- CAPÍTULO QUINZE -
Um só Deus

“Dois amigos saíram para colher mel, pois sabiam onde tinha uma abelheira muito grande em uma árvore caída bem no meio de um bosque.
Chegaram lá já era de tardezinha.
Neste lugar escurecia cedo, e a noite os pegou quando já estavam terminando de colher o restinho do mel.
A noite virou um breu, tão escuro que não se via nada.
Foi quando um disse para o outro:
- Vamos embora, tenho certeza de que viemos da esquerda.
Porém seu amigo disse:
- Da esquerda? Tenho certeza absoluta que viemos da direita e é a direita que encontraremos a saída para casa!
- Não, você não tem razão! Viemos da esquerda e apenas indo à esquerda é que sairemos daqui!
E o tom de voz aumentou.
Sem sequer conseguir enxergar um ao outro começaram uma discussão acalorada.
- Você sempre acha dono da razão, mas saiba que não é. Tenho certeza absoluta que viemos da esquerda e ponto final!
Nisto o seu amigo disse:
- Espera um pouco! Nós estamos conversando um de frente para o outro! Isso quer dizer que à direita minha é a esquerda sua! Nós dois estamos certos!
Então os dois foram para uma mesma direção e saíram do matagal e encontraram o caminho de casa.”
Dois tios




Existem situações na vida em que opiniões diferentes conduzem para uma mesma direção. Se todos estivem procurando uma saída, com certeza a achará aprendendo a ouvir outras opiniões.
Cada pessoa, cada indivíduo, deste pequeno planeta vagando solitário pelo espaço afora, está à procura de si mesmo quer ela saiba ou não. Todos estão dormindo o sono do esquecimento e necessitam acordar. Todos somos galhos de uma mesma árvore e apenas uma única raiz nos nutre, todos compartilhamos um único planeta, uma única consciência e nos alimentamos no seio de uma única mãe.
Temos a razão e a fé por guias. A razão enxerga com olhos relativos, ela vê apenas o sentido das palavras. Já a fé enxerga nas entrelinhas, absorve apenas a informação correta que cada palavra pode nos transmitir.

Muitas vezes nos prendemos ao significado das palavras e deixamos que elas nos confunda, nos engane e nos desoriente.
Há aqueles que brigam e até matam pelo sentido que suas palavras têm!
Não se esqueçam que todos somos irmãos e estamos indo para uma mesma direção, todos procuramos a saída da imensa floresta do ego e brigamos uns com os outros porque não aceitamos suas palavras!

Palavras e mais palavras, conceitos e mais conceitos, muitas vezes só nos desorienta mais e mais.

Nunca se esqueçam que todos fomos feitos em um mesmo molde. Saímos de um mesmo lugar e retornaremos para este mesmo lugar, não importando quão diferente sejamos.
Milhares de línguas diferentes e o coração só entende um único idioma – o entendimento, o amor!

Todas as palavras ditas aqui são uma bússola que orienta para a saída da imensa floresta do ego.

Sim, esta saída existe! É real.

Muitos ainda não deram sequer o primeiro passo, preferem viver na felicidade da ilusão, preferem viver no esquecimento de si mesmo, e sequer acreditam que estão presos, estão contentes agarrados nas barras de suas celas.

São simples palavras que depois de lidas se tornam bolhas de sabão e explodem e desaparecem no ar. Que estas bolhas mostrem o milagre que é a grande jornada do existir, que não teve começo e não terá jamais fim.


Há um só Deus, uma só consciência e uma só Verdade.

...


 “Se você não enxerga o caminho, não o verá, mesmo que caminhe nele"   
                                                                                                              Zen

“Brahman não é algo que possa ser trazido para algum lugar. Ele é a vida da vida. Ele é o eterno residente no coração de todos os seres. O único esforço é remover o véu da ignorância. Quando este véu é removido, o autoluminoso Brahman resplandece por si mesmo”   
                                                                                                                 Vedas

Há setenta mil véus entre você e Eu, e não há qualquer véu entre Eu e você."   
                                                                                                           Alcorão

“Pedi e se vos dará. Buscai e achareis. Batei e vos será aberto. Porque todo aquele que pede, recebe. Quem busca, acha. A quem bate, abrir-se-á.”    
                                                                  Bíblia

E então, quem pensa seus pensamentos?


***





- CAPÍTULO DEZESSEIS -
A semente


“Naquele dia, saiu Jesus e sentou-se à beira do lago.
Acercou-se dele, porém, uma tal multidão, que precisou entrar numa barca. Nela se assentou, enquanto a multidão ficava à margem.
E seus discursos foram uma série de parábolas.
Disse ele: Um semeador saiu a semear. E, semeando, parte da semente caiu ao longo do caminho; os pássaros vieram e a comeram.
Outra parte caiu em solo pedregoso, onde não havia muita terra, e nasceu logo, porque a terra era pouco profunda.
Logo, porém, que o sol nasceu, queimou-se, por falta de raízes.
Outras sementes caíram entre os espinhos: os espinhos cresceram e as sufocaram.
Outras, enfim, caíram em terra boa: deram frutos, cem por um, sessenta por um, trinta por um.
Aquele que tem ouvidos, ouça.” 
                                                          Mateus 13: 1-9 



Com estas últimas palavras, acabou de ser plantada uma pequena semente no solo de teu coração!
Cuida bem dela, dê atenção a ela!
Há uma frondosa árvore em potencial dentro desta pequenina semente!
Proteja-a!
Adube bem o solo, exponha ela ao sol, regue todos os dias e mantenha o solo sempre úmido...
Limpe as ervas daninhas que quiserem sufocá-la, proteja-a dos insetos e pássaros...
Esta semente irá germinar e se tornará uma plantinha frágil.
Continue cuidando dela!


E ela crescerá e se tornará uma frondosa árvore e dará flores e frutos cem por um, sessenta por um, trinta por um!

Então você se sentará à sua sombra e saberá que é você mesmo a própria Verdade que Cristo falou!
E sentirá a brisa do sopro de Deus em tua face!

Que a luz que nunca se apaga inunda teu Ser!
Que lave teu ego e desperte tua alma!
Que a paz seja uma constante em tua vida!

Siga o perfume de tua alma.
E a encontrarás!
E saberá quem realmente és.
E todos os momentos...
Serão manhãs de domingo ensolaradas!

Nosso Ser...
Tão simples!
E tantos achando que Ele é complexo.
Como pode uma flor tão exótica...
Ter um perfume tão sutil?

São simples palavras...
Que nascem de meu Ser...
E teu Ser as compreende...
Este é o mistério do existir!



Que Deus te abençoe e te ilumine!
Paz!




Obrigado pela visita!
Paz e harmonia à ti!

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